Por Paulo Sérgio Dourado
Arrais (*)
É público e notório que, a melhor forma de garantir
o retorno seguro às salas de aula é através da vacinação de todos os
docentes, estudantes e técnico-administrativos, seguido da garantia, por parte
das instituições, das condições necessárias para o desenvolvimento das
atividades presenciais.
Isto inclui o fornecimento de equipamentos de
proteção individual, como máscara e protetor facial, insumos para
higiene das mãos, como sabão e álcool gel 70%, higienização dos vários espaços
de convívio, banheiros e veículos de transporte de alunos, e lanchonetes
existentes nos campi.
Campanhas educativas também devem ser
implementadas, assim como procedimentos de testagem rápida para identificação de
alunos positivos para COVID-19, pois estudo desenvolvido com outros
pesquisadores, junto aos alunos da UFC (Dezembro/2020), evidenciou essa
necessidade.
Os alunos correm sérios riscos de contaminação, já
que identificamos manuseio inadequado das máscaras, a falta de cuidados com
a higiene das mãos e pessoal, o uso de transporte coletivo para seus
deslocamentos a universidade e o não cumprimento de medidas de distanciamento
social.
Por outro lado, é importante frisar que, o retorno
às atividades presenciais, não devem se limitar a melhora na
infraestrutura de salas de aula, a compra de insumos para garantir as medidas
de prevenção e controle, da higienização de espaços.
É preciso entender que, muitos dos nossos alunos,
irão retornar fragilizados, deprimidos, pela perda de familiares e amigos,
pelo desemprego e pelas dificuldades financeiras dos pais.
No estudo desenvolvido na instituição, verificamos
que 54,4% das famílias dos estudantes tinham renda igual ou menor que dois
salários mínimos, 20,3% recebiam auxílio da IES e 70,8% referiu que, no momento
da pesquisa, sua família havia recebido auxílio emergencial do
governo.
Diante do exposto, as instituições devem organizar
espaços para acolhimento e acompanhamento desses alunos, cuja saúde
mental esteja comprometida e dar as condições necessárias para aqueles
que, por ventura, tenham contraído o vírus e tenham de ficar em casa.
(*) Doutor em Saúde Pública e professor da UFC.
Fonte: Publicado In: O Povo, de 18/09/2021. Opinião. p.16.
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