Por Pe. Eugênio
Pacelli SJ
(*)
A pandemia
provocada pela Covid-19 colocou uma lente de aumento nas mazelas mais
profundas da nossa sociedade, que já apresentava sinais de adoecimento.
Os
grandes problemas do mundo já estavam aí bem antes da pandemia,
embora agora sejam vistos de forma mais evidente. De modo especial na educação
e na saúde, onde se especula os maiores prejuízos.
Em um primeiro
momento, a pandemia revelou muito nitidamente nossas luzes e sombras,
reforçando assim, a importância do autoconhecimento.
Estamos em um
momento único e histórico capaz de mobilizar sociedade, empresas e
governos em prol de um propósito comum.
E pela primeira
vez, estamos vendo, em proporções globais, que nossos comportamentos
individuais, por mais simples que sejam, podem transformar o sistema no qual
vivemos, nos fazendo crer em uma mudança concreta.
O
combate ao vírus deixou claro que cada gesto individual tem um
impacto enorme no bem-estar coletivo. Por isso, cuidar de si, também é cuidar
do outro. Atitudes simples como lavar bem as mãos, usar máscaras, tomar a
vacina podem salvar vidas!
A pandemia nos
ensina uma lição valiosa sobre empatia e ser empático é criar laços,
laços de ternura consigo, com os outros e com a casa comum.
Ao criar laços
temos a oportunidade de expandir as nossas fronteiras de cuidado para além de
familiares e amigos. A solidariedade se tornou uma das principais
armas contra a pandemia.
A Trindade,
essência de Deus, também constitui laços de amor. Sob essa perspectiva, a
experiência de Deus não reduz, mas, amplia o olhar sobre si mesmo, sobre a
humanidade e a história. As religiões só serão fiéis a si mesmas se promoverem
laços de paz e reconciliação.
A pandemia já
nos ensinou lições valiosas sobre como o planeta clama por atitudes
práticas, colaborativas, inteligentes e em sinergia com o meio ambiente.
Aprendendo com
nossos erros, um novo mundo é possível, sim. Mas para que isso aconteça,
precisamos estar juntos na mesma sintonia por ele. O momento é esse!
Deixo
uma reflexão para vocês: Como você gostaria que fosse o novo normal?
Quais outras lições você já aprendeu com tudo isso?
(*) Sacerdote jesuíta e mestre em
Teologia. Diretor do Seminário Apostólico de Baturité.
Fonte: O Povo, de 28/8/2021. Opinião. p.18.
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