sexta-feira, 26 de novembro de 2021

FOLCLORE POLÍTICO LXIV: Porandubas Políticas 618

 Abro a coluna com a Semana Santa na PB.

Fura ele, Jesus

O caso ocorreu na encenação da Paixão de Cristo numa cidadezinha da Paraíba. O dono do circo, em passagem pela cidade, resolveu encenar a Paixão de Cristo na sexta-feira santa. Elenco escolhido. Dentre os moradores e no papel de Cristo, o cara mais gato da cidade. Ensaios de vento em popa. Às vésperas do evento, o dono do circo soube que ‘Jesus’ estava de caso com sua mulher. Furioso, deu-se conta que não podia fazer escândalo sob pena de perder o investimento. Bolou uma maneira. Comunicou ao elenco que iria participar fazendo o papel do ‘centurião’.

– Como? Você não ensaiou!

– Não é preciso ensaiar, porque centurião não fala!

O elenco teve que aceitar. Dono é dono. Chegou o grande dia. Cidade em peso compareceu. No momento mais solene, a plateia chorosa em profundo silêncio. Jesus carregando a cruz … e o ‘centurião’ começa a dar-lhe chicotadas.

– Oxente, cabra, tá machucando! Reclamou Jesus, em voz baixa.

– É pra dar mais veracidade à cena, devolveu o centurião.

E tome mais chicotada. Chicote comendo solto no lombo do infeliz. Até que Jesus enfureceu-se, largou a cruz no chão, puxou uma peixeira e partiu pra cima do centurião:

– Vem, desgraçado! Vem cá que eu vou te ensinar a não bater num indefeso!

O centurião correndo, Jesus com a peixeira correndo atrás, e a plateia em delírio gritando:

– É isso aí! Fura ele, Jesus! Fura, que aqui é a Paraíba, não é Jerusalém, não!

Fonte: Gaudêncio Torquato (GT Marketing Comunicação).

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