Por Pe. Reginaldo Manzotti (*)
Despedimo-nos
de 2021, e esse foi, sem sombra de dúvida, um ano dos mais desafiadores dos
últimos tempos. Fomos afetados pela pandemia em várias áreas de nossa vida. A
palavra para expressar o alívio que estamos vivendo, embora a
pandemia não tenha acabado, mas amenizado, é gratidão.
Gratidão
porque, com a graça de Deus, apesar das perdas, e de todo sofrimento,
conseguimos chegar até aqui. Um novo ano se inicia e a palavra, ou melhor, a
virtude para encararmos esse novo tempo é esperança. Esperança para traçar
objetivos, planejar, sonhar, recomeçar e renovar as forças. Esperança para
ressignificar os sofrimentos, nos reconstruir e nos prepararmos para o ano que
começa.
Mesmo diante
das dificuldades, mesmo em tempos de incertezas, ter um projeto de vida é uma
necessidade e uma experiência real e intensa de todo ser
humano. Sonhar também faz parte da vida. Sem sonhos, começamos a
morrer ou vivemos para realizar os sonhos de outros.
Então, é
importante planejar, ou seja, saber onde queremos chegar e traçar
estratégias para isso, o que abrange todas as esferas da vida: pessoal,
espiritual, familiar, além das atividades profissionais, sociais e financeiras.
Se não temos um projeto de vida, perdemos o rumo e não chegamos a lugar algum.
A palavra esperança
vem do latim: sperare. Mas, Esperança é diferente de espera. Esta última,
implica em algo ou alguém que poderá chegar ou não, caminha no plano das
possibilidades de ocorrer ou de nunca acontecer.
Quanto à
esperança, é a certeza de que algo ou alguém, não importa as condições
contrárias nem o tempo que demore, chegará. É o sentimento que, embora os
sofrimentos e contingências enfrentadas estejam ali, nos leva a olhar
para o futuro acreditando que será melhor.
Porém, a
esperança nunca é passiva. Como disse o Papa Francisco em sua
catequese sobre o assunto: "Para esperar é preciso erguer-se, levantar a
cabeça, estar atento e vigiar, orar: tais são os verbos ativos que manifestam o
que faz a grandeza do homem".
Santo
Agostinho, assim se referiu: "A esperança tem duas filhas lindas, a
indignação e a coragem. A indignação nos ensina a não aceitar as coisas como
estão; a coragem, a mudá-las." É essa virtude, a esperança cristã, que nos
leva a ter convicção, coragem e confiança em Deus e em Sua Palavra.
Neste novo ano
que começa como uma página em branco, para continuarmos a escrever ou
reescrever a nossa história, olhemos para frente com essas duas virtudes: fé e
esperança. Também com a coragem de lutar e transpor os desafios que
vierem. Tudo que vivemos nesta pandemia deixará marcas, mas tenhamos a certeza
de que provações passam, a esperança e a paciência triunfam.
(*) Fundador e presidente da
Associação Evangelizar é Preciso e pároco reitor do Santuário Nossa Senhora de
Guadalupe, em Curitiba (PR).
Fonte: O Povo, de 29/01/2022. Opinião. p.22.
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