Por Pe. Vanderlúcio
Souza (*)
Há 70 anos, a
imagem peregrina de Nossa Senhora de Fátima, vinda direto da Cova da Iria, em
Portugal, visitou Fortaleza. Os registros e crônicas retratam uma verdadeira
comoção da população. À época houve uma procissão e bênção dos doentes em
destino à Praça José de Alencar com um público estimado em cem mil pessoas.
Foi desta
peregrinação da imagem da Virgem de Fátima que surgiu a inspiração de construir
um santuário em sua honra, cuja pedra fundamental foi lançada apenas um ano
depois, em 1953. Foram muitos os que se empenharam na construção do templo, um
dos mais frequentados no território da Arquidiocese de Fortaleza.
A devoção
vívida à Nossa Senhora de Fátima ganha enlevo na procissão anual, dia 13 de
maio, saindo da Igreja de Nossa Senhora do Carmo, no centro de Fortaleza, em
direção ao Santuário. Em 2019, pelo menos trinta mil pessoas fizeram esse
percurso de fé. Nos dois anos seguintes a procissão foi suspensa por conta da
pandemia.
Nesse recomeço
de vida, a procissão de Fátima retorna, após cuidadoso diálogo e preparação por
parte das autoridades eclesiásticas e civis.
A peregrinação,
romaria ou como a queiramos chamá-la faz parte da espiritualidade cristã desde
suas origens. O cristão compreende a sua vida como uma peregrinação, uma grande
procissão deste mundo em direção à Pátria Celeste. A Virgem Maria, mãe de
Jesus, vai à frente nesta jornada e aponta o Caminho, seu próprio Filho.
O retorno da
procissão de Fátima se torna neste tempo um sacramental, um verdadeiro sinal
que nos indica que o mal, por maior que seja e mais pavoroso que se apresente,
não tem a última palavra. O devoto em marcha, com a Virgem de Fátima a frente,
coloca cânticos nos lábios, vela nas mãos e enche o coração de esperança.
O fortalezense
terá a oportunidade de manifestar nas ruas seu amor à Virgem de Fátima, a
exemplo daquele fervor originário de 1952. Do céu, através da canção, os
devotos ouvirão mais uma vez, o clamor da Virgem de Fátima: "a mãe vem
pedir constante oração pois só de Jesus nos vem a salvação".
(*) Jornalista e Coordenador do Setor de
Comunicação da Arquidiocese de Fortaleza. Sacerdote recém-ordenado.
Fonte: O Povo, de 13/05/2022. Opinião. p.20.
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