sábado, 4 de junho de 2022

TEMPO DE PERMANÊNCIA DOS TITULARES DA ACADEMIA CEARENSE DE MEDICINA

A Academia Cearense de Medicina (ACM), inaugurada em 12 de maio de 1978, no começo de 2022, possuía 62 membros titulares (MT) ativos e dispunha de sete cadeiras vagas que não foram preenchidas, à conta do impasse da necessidade de eleição presencial, diante da pandemia de Covid-19.

Os mais antigos MT são os acadêmicos Djacir Gurgel de Figueirêdo, Elias Geovani Boutala Salomão e Geraldo de Sousa Tomé, admitidos, respectivamente, em 10/11/1989, 14/02/1992 e 12/09/1992. Os últimos ingressantes foram os empossados no correr do ano de 2019, no caso, os acadêmicos Francisco Monteiro de Castro Jr. (13/09), Maria dos Prazeres Ferreira Rabelo (13/09), Sara Lúcia Ferreira Cavalcante (25/10), Martinho Rodrigues Fernando (25/10), Plínio José da Silva Câmara (22/11) e Paulo Henrique de Moura Reis (22/11).

Tomando por referência a data de 1º/01/2022, e ao contrário da idade média alta, o tempo médio de permanência dos titulares da ACM não é grande, da ordem de 12,4 anos, porém a variação de amplitude, de 2 a 32 anos, é expressiva, pois entre o decano e o último admitido há um lapso temporal de trinta anos.

Considerando os períodos da posse oficial na ACM, dentre os atuais ocupantes das cadeiras, 13 (21,0%) foram empossados antes do ano 2000, 12 (19,3%) na primeira década do século XXI e 37 (59,7%) entraram durante a segunda década deste milênio, sinalizando um certo grau de renovação.

Se for analisada a idade em que os MT tomaram posse no sodalício, a média fica em 62,9 anos, mas a variação de amplitude é muito grande, de 44 a 79 anos de idade. Ao todo, 20 (32,2%) acadêmicos tinham menos de 60 anos quando da posse. Foram 31 (50,0%) os que ingressaram sexagenários e apenas 11 (17,7%) os incorporados já septuagenários, o que demonstra que a ACM tem absorvido, majoritariamente, em seus quadros, médicos recém-chegados à terceira idade.

É natural que os 26 membros titulares fundadores da ACM, em grande parte constituída por médicos que criaram, em 1948, a antiga Faculdade de Medicina do Ceará, possuíssem idade mais avançada, pois estavam aposentados ou prestes a se aposentarem como professores dessa instituição pioneira do ensino médico cearense.

A admissão de alguns confrades com idade inferior a 53 anos se explica porque o Estatuto original estabelecia em 25 anos de formatura em Medicina, como o tempo mínimo para ingresso na ACM. Uma posterior reforma do Estatuto, que passou a vigorar por volta de 2002, condicionou a exigência de um mínimo de 30 anos de graduação médica aos postulantes a empossar em nossa arcádia médica.

Essa alteração estatutária parece não ter produzido maior impacto no perfil etário ou no tempo de permanência dos acadêmicos, mas certamente travou a entrada de colegas muito jovens, na faixa etária abaixo de 50 anos ou em torno disso, evitando que fossem inseridos no quadro social quando se encontravam em uma fase de intensa atividade laboral, e, por certo, sem maior disponibilidade de tempo para atuar ativamente na ACM.

Acad. Marcelo Gurgel Carlos da Silva

Membro titular da ACM – Cadeira 18

* Publicado In: Jornal do médico digital, 3(23): 32-33, maio de 2022. (Revista Médica Independente do Ceará).

RD25-Maio-2022-app.pdf (jornaldomedico.com.br)

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