Por Henrique Soárez (*)
O brasileiro ganhou a oportunidade de debater,
durante um mês inteiro, duas formas distintas de governar o país. Duas
alternativas estão colocadas à frente do eleitor. É verdade que o Brasil
merecia muito mais em termos de opções de voto, mas não podemos menosprezar a
escolha que nos foi oferecida.
Para quem quer decidir em quem votar, listo a
seguir uma série de perguntas para mostrar que a economia ficou esquecida
no primeiro turno e que os candidatos têm muito trabalho à frente
para comunicar suas propostas. Onde anda o Paulo Guedes de 2018? O que Lula
pretende fazer se voltar ao poder? A política de campeões nacionais voltará a
valer? O que pretendem fazer para apoiar a iniciativa privada? Como o Estado
pode reduzir a fome e o sofrimento da população? Como irão trabalhar para
cuidar do meio-ambiente, importante quesito na atração do capital estrangeiro?
Quem promete disciplina fiscal? O que teremos no lugar do teto dos gastos? Quem
promete embarcar em uma reforma administrativa? Quem promete lutar pela reforma
fiscal? O que pretendem fazer pela educação básica? Como pretendem lidar
com o Congresso, que será majoritariamente de centro-direita?
Para quem quer gastar neurônios tentando prever
o resultado do próximo pleito, então, as perguntas são outras. Os
candidatos deixarão de estimular medo em seus eleitores? Como se
comportarão os índices de rejeição aos dois candidatos? Onde irão os 8,5
milhões de votos de Simone e Ciro? O absenteísmo em 2022, quando 15 estados
elegeram seus governadores no primeiro turno, vai crescer mais que em 2018,
quando 13 estados fizeram isso? O que farão Ipec e Datafolha para
identificar corretamente os votos em Bolsonaro? Como irão evitar os assustadores
erros de previsão ocorridos nas corridas para governador e senador de São
Paulo, Rio Grande do Sul, e Pernambuco?
O primeiro turno teve contornos de segundo
turno: 91,6% dos votos válidos foram depositados em apenas dois
candidatos. Eliminamos 9 presidenciáveis da corrida. Agora temos um mês para
fazer a escolha final do modelo que governará nosso país pelos próximos 4 anos.
(*)
Engenheiro eletricista, diretor do Colégio
7 de Setembro e da Uni7.
Fonte: Publicado In: O Povo, de 6/10/22. Opinião, p.18.
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