Para
iniciar o ano de comemorações dos 40 anos de existência e atuação, a Fundação
Waldemar Alcântara (FWA) lançou ontem, dia 27 de abril, a segunda edição do
Livro dos Mestres – O Legado dos Mestres – Cultura e Tradição Popular no Ceará.
Dando
continuidade à contação de histórias, na viva voz dos mestres, iniciada pela
publicação do primeiro livro, em 2017, os pesquisadores da FWA retomaram a
rotina de viagens e pesquisas para registrar, nesta edição, 27 novos Mestres.
Ao todo, o
Livro registra a existência de 106 Mestres e é dividido, em duas partes: a
primeira, o Tomo dos Vivos, que retrata os Mestres que continuam presentes
nesta vida terrena; e a segunda o Tomo dos Mortos, contendo os Mestres que já
partiram desta vida. Uma atualização dos Tomos, de uma edição para outra, com
Mestres Vivos e Mortos, também pode ser verificada.
A obra é
organizada por Dora Freitas e Silvia Furtado, com fotografia de Jarbas Oliveira
e é resultado de uma parceria com a Secretaria de Cultura do Ceará, por meio do
X Edital Mecenas.
Dora
Freitas e Sílvia Furtado, explicam o hiato que ocorreu da primeira para segunda
edição: “quando, em 2020, voltamos a viajar pelo Ceará, para novas entrevistas
com os Mestres diplomados, fomos sobressaltados, como toda a humanidade, pela
pandemia da COVID-19. Paramos os trabalhos. Só recomeçamos em 2021, quando
havia controle, vacina, e obedecendo a todos os protocolos de segurança.
Conseguimos, depois de tantos desafios, finalizar o registro, entregando uma
publicação ainda melhor!”
Essa
publicação, além de ser importante registro da existência dos Tesouros Vivos da
nossa Cultura, é, também, o justo reconhecimento aos Mestres e Mestras que
difundem, com generosidade, tradições, histórias e identidades, atuando no
repasse de seus saberes e experiências às novas gerações.
Para
leitura dos que se interessam em conhecer mais sobre nossas tradições
culturais, a segunda edição foi lançada no dia 27 de abril, na sede da Fundação
Waldemar Alcântara (Rua Júlia Vasconcelos, 100, Bairro Pio XII).
O Livro dos
Mestres evidencia saberes ancestrais da nossa cultura, consolidando uma
sistematização que referencia uma política pública cultural que, ao se firmar
como política de Estado, atesta a valorização desses artífices na formação de
nossa gente.
Sobre o Projeto
Os Mestres da Cultura
Tradicional Popular são a representação mais genuína do povo cearense. Tem
vaqueira, sineiro, rezadeira, brincantes de reisado, de maneiro-pau, maracatu,
banda cabaçal, dança de São Gonçalo e do coco, pastoril e boi. Manipulador de
calunga, rendeiras, palhaço, escultor, cordelistas, dramista, artesão, artista
plástico, xilógrafo, cantora de benditos, penitentes, cacique e pajé.
A Lei n.13.351 que,
em 2003, instituiu o registro dos Mestres da Cultura Tradicional Popular foi
uma forma encontrada pelo Governo do Estado do Ceará para o reconhecimento do
valor cultural do trabalho realizado por cada um deles. Através desse registro,
os Mestres recebem um apoio financeiro mensal, ao mesmo tempo em que se
comprometem a transmitir seus conhecimentos, fomentando, entre as novas
gerações, práticas culturais à beira da estagnação.
Até 2017, foram
reconhecidos 79 Mestres em todo o Ceará, desde a criação da lei.
Todos eles exercem
ofícios que se misturam entre as obrigações e prazeres da lida diária, inventam
artefatos e mundos, numa espécie de magia que religa homem e natureza.
Constroem um processo ativo de transmissão de práticas, de valores. Passam seus
modos de fazer para outras gerações, que criam e reinventam o que aprenderam,
fazendo com que a cultura tradicional permaneça viva e dinâmica.
O ofício de cada um
dos Mestres é sobretudo criação, seja através da festa, da música e da dança,
seja através do trabalho manual, do trabalho experimental. Em tudo o que
produzem existem mãos, ideias e fantasia.
É esse universo dos
79 Mestres da Cultura, diplomados pelo Governo Estadual, que a Fundação
Waldemar Alcântara está pesquisando desde 2013 e documentando in loco com o
objetivo de realizar uma publicação e divulgar a trajetória de cada um.
Fonte: Home page da Fundação Waldemar Alcântara (com adaptações).
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