quarta-feira, 10 de maio de 2023

COLABORANDO COM AS MÁQUINAS

Por Henrique Soárez (*)

Não é um robô que vai roubar seu emprego. É um humano que sabe trabalhar bem com o robô. Este robô pode atuar como uma ferramenta ou um membro da equipe, dependendo da natureza da atividade e do nível de confiabilidade necessário na sua execução.

Tenho investido bastante tempo descobrindo as capacidades dos robôs hoje em dia. Recentemente, tentei usar o resultado do trabalho de um modelo como ponto de partida para um segundo robô, mas não fiquei muito impressionado com a experiência. Pedi ao GPT-4 para sugerir um prompt para o Dall-E. Aprendi um pouco mais sobre como usar o Dall-E, mas não encontrei um grande potencial de aumento da minha produtividade. No entanto, ao revisar textos que já considerava finalizados, um modelo de linguagem em larga escala tem sido útil.

Tento abordar os modelos de inteligência artificial da mesma forma que um professor avalia um aluno. A primeira resposta, certa ou errada, não mostra o que o aluno sabe. É necessário fazer novas perguntas a partir da primeira resposta para avaliar com precisão. Também é desejável ajudar o aluno fazendo leves correções de rumo para ver até onde ele pode chegar.

Recentemente, pedi ao GPT para comparar duas traduções da Bíblia em português e percebi que ele havia confundido uma delas com uma terceira. Apontei o erro e o robô prontamente admitiu e produziu uma nova análise comparando as duas versões que eu citei e a terceira introduzida por ele.

A inteligência artificial ainda está em seus primeiros dias de uso amplo. O melhor modelo GPT a que temos acesso é uma versão consideravelmente limitada em prol da segurança. Como Elon Musk consegue vislumbrar cenários longínquos pediu uma pausa no desenvolvimento de novas aplicações de IA. Só fica difícil avaliar se a motivação para o pedido foi pânico legítimo ou interesse comercial. Aqui no Brasil ainda não temos acesso ao Bard, que a Google já relançou em outros países. Mais à frente este modelo irá se oferecer para refinar suas habilidades lendo todos os e-mails, textos e planilhas que utilizei desde 2004. Quem sabe quão mais poderoso este assistente será? 

(*) Engenheiro eletricista, diretor do Colégio 7 de Setembro e da Uni7.

Fonte: Publicado In: O Povo, de 20/04/23. Opinião, p.16.

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