Por Tales de Sá Cavalcante (*)
No palco, não havia "superstars" ou
"influencers", mas os quase 900 jovens esqueceram seus smartphones e
ligaram-se ao que diziam o Prof. Dr. Anderson Correia, Reitor, e o Cel. Porto,
Coordenador do Vestibular, ambos do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA),
que atendiam o convite do Presidente da Assembleia Legislativa, Evandro Leitão,
e do Diretor do Inesp, Milton Miranda.
Os estudantes poderiam não se interessar pelo ITA por ser o seu
processo seletivo o mais difícil do país, no entanto ali seguiam o
ex-Presidente americano John Kennedy, que, em discurso histórico, doutrinou:
"Mas por que, dizem alguns, a Lua? Por que escolher isto como nosso
objetivo? E também podem muito bem perguntar, por que escalar a montanha mais
alta? (…) Nós escolhemos ir para a Lua nesta década e fazer as outras coisas,
não porque elas são fáceis, mas porque elas são difíceis."
Ouvi, uma vez mais, o Reitor do ITA afirmar não entender por que só
o Ceará tanto se destaca no ITA. Antes, tentei explicar-lhe os motivos, mas
sempre sem sucesso. Após o evento, mostrei-lhe o belo logotipo da Academia
Cearense de Letras e presenciei um susto do Ph.D ao ver o ano de fundação de
nossa Arcádia e em seguida saber ser esta a Academia de Letras mais antiga do
Brasil, pois fundada em 1894, quando já usava como slogan a expressão latina
"Forti Nihil Difficile", ou seja, "Nada é difícil para os
corajosos".
Diz-se que não se sabe o que há em cabeça de juiz. Talvez também em
cabeça de reitor. Porém, ao observar que o líder iteano apressadamente
fotografou essas informações, humildemente o articulista admitiu que, desta
feita, o magnífico entendeu o porquê do brilho de muitos cearenses, como José
de Alencar, Antônio Sales, Clóvis Beviláqua, Dom Hélder Câmara, Padre Cícero,
Dragão do Mar, Raimundo de Farias Brito, Rachel de Queiroz, Antônio Conselheiro
e o nosso Caio, que virou cearense, pois aqui veio morar a fim de aprender o caminho
para o ITA e, aos 14 anos, ingressou na história da instituição por ser o mais
jovem a passar no seu vestibular.
Afinal, no Ceará, coragem, fibra e fortaleza vêm de longe.
(*) Reitor do FB UNI e Dir. Superintendente da Org. Educ. Farias
Brito. Presidente da Academia Cearense de Letras.
Fonte: Publicado In: O Povo, de 29/6/23. Opinião, p.18.
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