Por Pe.
Reginaldo
Manzotti (*)
Estamos no mês das vocações. Mês este que dedica uma semana de
reflexão e oração pelas famílias. Neste ano a Semana Nacional da Família tem
como tema: "Família, Fonte de Vocações". Sendo também ela uma
vocação, a família é o terreno propicio para o desenvolvimento e a escuta do
chamado de Deus, de descobertas que, no momento certo, levarão a escolha pela
vida sacerdotal, familiar, religiosa e leiga.
"Jesus crescia em sabedoria, em estatura e em graça, diante de Deus e
diante dos homens" (Lc 2, 52).
Esta é a missão da família: tornar possível o crescimento dos
seus integrantes em sabedoria, estatura e graça.
A família é um dos pilares que sustentam a formação humana e
espiritual de uma pessoa. O lar é o lugar privilegiado para o exercício de
amor, diálogo, entendimento e transmissão dos princípios que formarão o caráter
de cada um. Como ensina o Catecismo da Igreja Católica: "A
família é a comunidade na qual desde a infância se podem assimilar os valores
morais e em que se pode começar a honrar a Deus e a usar corretamente da
liberdade. A vida em família é iniciação para a vida em sociedade"
(CIC, 2207).
A família é a primeiro lugar de catequese. É onde a criança
aprende as orações, tem os primeiros contatos com a Palavra de Deus e se torna
amigo de Jesus. Os pais devem ser os primeiros educadores na fé de seus filhos.
Como nem sempre isso acontece, digo e repito para os avós, se notarem que os
pais estão falhando nisso, assumam essa missão.
Assim, é desde o berço que se deve ensinar às crianças
as primeiras orações, comentar sobre o amor de Deus por cada um de nós e a
obediência que devemos devotar a Ele e a Jesus. Essas orações e ensinamentos
são transformados em memória afetiva guardadas por toda a vida e passadas para
as outras gerações.
A família é local de exercitar a comunhão de amor, pensando
uns nos outros e não individualmente. É onde os filhos aprendem, por
ensinamentos e exemplos a viver a generosidade, a unidade, a solidariedade, a
partilha, a fé e onde também se desenvolve a consciência responsável e o
cuidado com o meio ambiente e os bens criados.
Não são poucas as ameaças que rondam as famílias. Um dos grandes
desafios está nas más influências que chegam de toda parte, incluindo
os meios de comunicação, especialmente os programas que se empenham em
conseguir audiência à custa de situações desastrosas, conflituosas,
problemáticas e ignoram solenemente exemplos saudáveis que possam servir de
estímulo para o desenvolvimento familiar.
Diante de tantas provações, é preciso ter referenciais fortes,
como valores, e incentivar momentos que propiciem o encontro entre os
familiares, por exemplo, durante as refeições. Hoje, não há mais o hábito de
reunir a família toda à mesa para almoçar ou jantar, o que é uma pena,
pois são oportunidades de fortalecer os vínculos, transmitir conhecimentos e
partilhar a vida.
A família torna-se uma pequena igreja doméstica quando reza
unida e quando os seus integrantes procuram traduzir em sua vida o que também
São Paulo recomendou: "Revesti-vos de sentimentos de compaixão,
suportando-vos uns aos outros com amor e perdoando-vos mutuamente, se alguém
tem motivos de queixa contra o outro" (Col 3, 13).
(*) Fundador e presidente da
Associação Evangelizar é Preciso e pároco reitor do Santuário Nossa Senhora de
Guadalupe, em Curitiba (PR).
Fonte: O Povo, de 12/08/2023. Opinião. p.18.
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