Por Lauro Chaves Neto (*)
O Desenvolvimento
do Estado do Ceará deverá romper a barreira de, historicamente, termos
aproximadamente 2% da economia e 4% da população brasileira, uma relação que
deixa o cearense médio muito mais pobre do que o brasileiro médio.
Essa mudança de
patamar só será possível com um grande processo de alavancagem tanto do
desenvolvimento exógeno, aquele que acontece com a atração de grandes
investimentos, por exemplo, como do desenvolvimento endógeno, aquele decorrente
da economia local e principalmente dos pequenos negócios.
Schumpeter
defendia a inovação e que ela acontecia com a apropriação pelo mercado de
ideias novas, materializadas em produtos, processos e métodos que impelem o
sistema econômico para níveis superiores de eficiência e de qualidade. O
caráter endógeno do Desenvolvimento Territorial pressupõe a articulação dos
agentes econômicos em uma rede estruturada para dinamizar a economia e
facilitar o acesso aos mercados público e privado do território por suas
próprias empresas e empreendedores.
A Economia das
Conexões pode e deve ser o grande salto que o Estado do Ceará necessita para
essa mudança de patamar no desenvolvimento. Os HUBS aéreo, marítimo e de dados
representam um diferencial competitivo, porém a economia moderna nos obriga a
avançar mais em conectividade e interação.
Conceitualmente,
os HUBS possuem um caráter estático, pertencem aos Investimentos Fixos e de
Custeio, com os seus Capex e Opex. As Conexões criam o fluxo econômico de
resultados, com a sua economia passando a ter outras funções econômicas na
criação de valor.
As Integrações
tornam mais perenes as Conexões. Podem ter um tratamento econômico de melhoria
do ambiente de negócios. Os HUBs e Conexões e aproximam da definição de
infraestrutura, a Integração fala da superestrutura, um processo do Novo
Desenvolvimento.
O pensamento
sistêmico exige um olhar para as cadeias produtivas e para maior criação de
valor na integração de diversas dessas cadeias produtivas, associando-as em um
mapeamento de redes identificando interconexões, essas sim, serão o grande
diferencial competitivo da economia cearense.
(*) Consultor,
professor doutor da Uece e conselheiro do Conselho Federal de Economia.
Fonte: O Povo, de 24/10/23. Opinião. p.16.
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