Por Fabiana Arrais (*)
As políticas
econômicas do ano de 2023 foram determinantes para resgatar a autoconfiança do mercado
financeiro, e com a redução da taxa Selic ao patamar de 11,75% ao ano,
consolidam-se as expectativas de retorno do crescimento de alguns mercados que
desde o período pandêmico atravessaram duras recessões de investimento e
expansão.
Para a Associação
Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc) as decisões do Governo
Federal em aumentar os recursos de moradias para R$ 10 bilhões, assim
como a reintegração de novas faixas de renda mensal para o financiamento
"Minha Casa, Minha Vida" (habitações urbanas na Faixa 1 com renda
mensal bruta de até R$ 2.640 e habitações rurais para aquelas de até R$ 3.680)
impulsionam o mercado imobiliário, a construção civil e o crescimento
econômico.
É importante
frisar que o setor da construção civil impacta diretamente o somatório
do Produto Interno Bruto (PIB), tendo em vista que é um importante setor para a
geração de empregos e renda, como também na absorção de investimentos privados
e públicos.
A Região
Metropolitana do Cariri - em especial Juazeiro do Norte - retomou desde o final
do segundo semestre de 2022, conforme a Secretaria de Infraestrutura, o
processo intenso e contínuo de expansão do mercado imobiliário fato evidenciado
pelo aumento de 37% no ano de 2023 de ordens de habite-se.
Juazeiro é um
canteiro interminável de obras, os recortes dos espaços abrem caminhos não
somente para os novos empreendimentos, há intensas transformações
socioeconômicas evidenciadas pelo aparato de infraestrutura destinado pelos
agentes econômicos a determinados espaços (saneamento básico, coleta de lixo,
asfalto, segurança, supermercados, confeitarias, universidades, saúde etc.),
influenciando o surgimento de novos centros urbanos e habitacionais acarretando
a curto e médio prazo uma supervalorização no preço do metro quadrado (R$ 6 mil
reais na área Lagoa Seca) tal qual uma capital nordestina
Diante deste
cenário o imóvel próprio torna-se um sonho, e caro! O aluguel é uma alternativa
plausível, porém nos espaços (bairros) em que se percebe maiores investimentos
em infraestrutura os preços dos aluguéis inflacionam obrigando os
moradores a se distanciarem dos centros urbanos em direção as periferias
É importante a
discussão sobre a participação do poder público no que se refere aos
investimentos em infraestrutura com a finalidade de promoção dos grandes
empreendimentos fomentados pela iniciativa privada, posto que uma parcela
significativa da população juazeirense que reside nas periferias e se
encontram socialmente vulneráveis não são inclusas nessas melhorias urbanas.
(*) Economista.
Fonte:
O Povo,
de 19/01/24. Opinião. p.17.
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