Por Luiz
Gonzaga Fonseca Mota (*)
Bravata é um país com um território amplo, banhado pelo
oceano Ico, com muitas riquezas minerais e vegetais, possuindo bastante água doce
(rios, lagos, lagoas e represas) e habitado por um povo, em sua grande maioria,
bom, trabalhador, ordeiro e sempre buscando o desenvolvimento. Todavia, vez por
outra, surgem minorias violentas com ódio no coração, que prejudicam o
progresso de Bravata. Essas minorias não possuem formação cristã e são
desprovidas de princípios éticos e morais. Os três Poderes Constituídos,
infelizmente, não atuam de forma harmônica e independente, como estabelecido no
documento jurídico e político que é a base de comportamento bom do povo
bravatense. Certa vez a desarmonia foi tão intensa, prevalecendo a força do
Poder Judiciário sobre os outros dois, ou seja, determinadas decisões deste
Poder se tornaram parciais não cumprindo os princípios fixados na Carta Maior.
Pior, ainda mais, um juiz, possuidor de uma vasta cabeleira, falava pelo
restante da Corte e não considerava as prerrogativas do Legislativo e nem do
Executivo. Este, em certas ocasiões, caminhava pacificamente com o juiz
soberano. Os bravatenses corretos viviam momentos de tristeza e perplexidade. A
força do referido juiz era tão grande que pouca importância tinha a
Procuradoria Geral e a Guarda Nacional de Bravata, por exemplo. Aos amigos do
juiz tudo; aos adversários ou inimigos nada. Nem a lei. É certo que a Guarda
Nacional é formada, em sua grande maioria, por pessoas sérias, honestas e que
amam a Pátria, merecedoras do respeito e consideração do povo bom de Bravata. É
o caso do general Ruas Boas, homem do bem e de bem, líder ético maior da Guarda
Nacional, apesar de suas limitações físicas. Por outro lado, compondo uma
minoria, mas amigo do juiz mencionado, existe o general G. Anos, ex- ministro e
amigo pessoal do viajante incansável. Os bravatenses de bem estão com receio de
se expressar, de fazer críticas construtivas e de defender a liberdade, a
justiça, a paz, enfim a democracia. Talvez essas pessoas que amam o país
Bravata, pensem: “Vade
Retro Satanás”. Moral da fábula: Manda
quem pode; mas obedece quem não tem juízo.
(*) Economista. Professor aposentado da UFC.
Ex-governador do Ceará.
Fonte: Diário do Nordeste, 15/09/2023. Ideias.
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