quarta-feira, 30 de outubro de 2024

A ECONOMIA DO HIDROGÊNIO VERDE

Por Lauro Chaves Neto (*)

Diante de um cenário mundial favorável à transição energética, o Ceará tem uma vocação natural para liderar o setor do Hidrogênio Verde, combustível limpo feito a partir de água e energia renovável, produzindo para o mercado interno e o externo com custos competitivos a nível mundial. Contribuindo, também, para a transformação da economia cearense em uma economia verde e sustentável, referência mundial em energia limpa.

As mudanças climáticas e os seus impactos são determinantes para a velocidade da transição energética no mundo, porém, outras questões também são determinantes, como a curva de oscilação dos preços dos combustíveis fósseis, o marco legal e todo o arcabouço jurídico-institucional, a evolução do sentimento da sociedade sobre a importância de ser mais sustentável, ecológica e "verde", além do próprio ritmo da inovação tecnológica.

As condições climáticas diferenciadas adequadas para a geração de energia eólica e solar são fundamentais para a competitividade de um hub de hidrogênio verde. Além disso, o Ceará possui uma infraestrutura portuária moderna, envolvida desde o início no projeto do Hub de hidrogênio verde e com uma decisiva participação do Porto de Roterdã, com tradição em questões portuárias e de logística na Europa e no mundo.

As atividades componentes da estrutura na cadeia do hidrogênio verde são estruturadas em recursos primários (Energia Renovável e Água), upstream (Produção), midstream (Armazenagem e Distribuição) e downstream (offtakers: Público, Industrial e Transporte). O sucesso do ecossistema geral da cadeia de valor do hidrogênio verde depende da participação de cada um dos seus componentes.

A implantação do Hub de Hidrogênio Verde tem a capacidade de atrair investimentos em toda a cadeia diretamente e em vários setores da economia indiretamente, tendo o potencial de gerar parcerias envolvendo academia, poder público e iniciativa privada, envolvendo empresas locais, universidades, players globais em diferentes setores econômicos, governos e centros de pesquisa locais, nacionais e internacionais, em um modelo participativo de governança.

(*) Consultor, professor doutor da Uece e conselheiro do Conselho Federal de Economia.

Fonte: O Povo, de 16/09/24. Opinião. p.22.

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