Por Armênio
Aguiar dos Santos (*)
É promissor testemunhar a Universidade
Federal do Ceará nos 70 anos restaurar o Colégio de Altos Estudos (CEA),
incumbido de repensar sua atividade acadêmica. Ademais, pela palestra do Prof.
Renato Janine, Presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência
(SBPC), "O papel das Universidades Brasileiras diante dos desafios
contemporâneos", organizada pelo CEA e a Pós-Graduação em Sociologia da
UFC, que aliás completa 30 anos.
A data marca ainda os 30 anos de efetiva
atuação da Funcap, Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e
Tecnológico (C&T) que concede bolsas para graduandos, pós-graduandos e
pós-doutores, além de bolsas BPI à pesquisadores no interior do estado. E este
ano inaugurou o processo de internacionalização da C&T cearense. Já o
programa Cientista Chefe desperta inovações em C&T nas secretarias mais
estratégicas, tendo na pandemia apoiado a criação do capacete Elmo, premiado
com a Medalha da Abolição. E agora, o Governador Elmano reativou, enfim, o
Conselho Estadual de Ciência e Tecnologia, definidor das estratégias no setor.
Mas para ultrapassarmos a economia de
subsistência agro-pastoril e exploração turística, urge novas atitudes. Apoiar
PG sediadas no interior, pelo intercâmbio acadêmico do interior com a capital
bem como atrair pesquisadores sêniores para o Ceará. Fomentar interação de
grupos emergentes no Ceará e grupos de pesquisa já consolidados no Sudeste.
Retomar ações como: i) Programa de Apoio a
Núcleos de Excelência, ii) Programa de Apoio a Núcleos Emergentes e iii)
Programa Primeiros Projetos para jovens pesquisadores atuantes no Ceará. E
fomentar o intercâmbio das Universidades locais com o Instituto Tecnológico da
Aeronáutica, em vias de ser aqui instalado. Reconhecendo o notável papel do
governo estadual na melhoria do ensino básico, urge agora elevar o nível do
ensino médio com a ajuda das Universidades via amplo programa de divulgação
científica, ensejando assim a formação cidadã de nossos adolescentes e jovens.
Para tal, basta o Governo do Estado
reafirmar o termo de ajuste do firmado em 2018 com o Tribunal de Contas e
elevar, progressivamente, a execução financeira da Funcap até atingir os 2% da
arrecadação estadual previstos na Constituição Estadual.
(*) Médico. Professor titular da
Faculdade de Medicina da UFC. Conselheiro da região Nordeste da SBPC.
Fonte: Publicado In: O Povo, de 11/09/2024. Opinião. p.23.
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