Por Pe. Eugênio
Pacelli SJ
(*)
Setembro, mês da Bíblia, é uma ocasião especial para
mergulharmos no âmago da Palavra de Deus, refletindo sobre seu papel
transformador em nossas vidas. Sob a perspectiva do Papa Francisco, a Bíblia
não é apenas um livro a ser lido, mas um diálogo contínuo entre Deus e a
humanidade, no qual cada página é um convite à conversão, à mudança de
mentalidade e à renovação do espírito.
Para o pontífice, a Bíblia deve ser o centro de nossa vida
cristã. Ela é a "carta de amor" de Deus, escrita ao longo dos
séculos, para iluminar nossos passos e nos guiar no caminho da fé. Ao nos
debruçarmos sobre as Escrituras, não estamos apenas estudando um texto, mas nos
encontrando com o próprio Cristo, que é a Palavra viva de Deus.
Francisco nos convida a uma leitura orante, na qual a meditação
das passagens bíblicas se transforma em um momento de encontro íntimo com o
Senhor, permitindo que suas palavras penetrem profundamente em nossos corações.
Este mês nos convida a redescobrir a beleza e a riqueza das Escrituras, não
apenas como fonte de doutrina, mas como alimento espiritual que nutre a alma e
fortalece a fé. Para o Papa, a Palavra de Deus tem o poder de transformar
nossas vidas e a sociedade, quando acolhida com humildade e abertura.
Ele nos alerta contra o perigo de transformar a Bíblia em um
objeto de estudo frio e acadêmico, desprovido de vida. Ao contrário, devemos
vivê-la, encarná-la em nossas ações diárias, fazendo dela um guia prático para
a nossa jornada de fé. Além disso, o Papa enfatiza a importância da leitura
comunitária das Escrituras. A Bíblia não deve ser lida de forma isolada, mas em
comunhão com os irmãos e irmãs na fé, pois é na comunidade que a Palavra de
Deus ganha vida, peso e sentido pleno.
Francisco nos incentiva a criar grupos de leitura bíblica, nos
quais, juntos, possamos discernir a vontade de Deus para nossas vidas e para o
mundo. Neste mês da Bíblia, somos chamados a deixar que a Palavra de Deus se
torne viva e eficaz em nossas vidas. Que possamos, à luz do ensinamento de
Francisco, renovar nosso compromisso com a leitura e a vivência das Escrituras,
permitindo que elas moldem nosso coração e guiem nossas ações, para que
possamos ser verdadeiros discípulos de Cristo no mundo de hoje.
(*) Sacerdote
jesuíta e mestre em Teologia. Escritor. Diretor do Mosteiro dos Jesuítas de
Baturité e do Polo Santo Inácio. Fundador do Movimento Amare.
Fonte: O Povo, de 21/09/2024. Opinião. p.20.
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