sábado, 31 de janeiro de 2009

IMPACTO DAS CAPAS DE LIVROS CIENTÍFICOS E CULTURAIS

Por princípio, a capa de um livro deve manter uma conexão estreita com o conteúdo da obra, além de atrair o leitor de tal que o leva a segurar e folhear o material, estimulando a sua curiosidade e também a vontade de ler, o que está escrito, o que significa, quando aplicável a lógica de mercado, incitar a propensão para a aquisição, expressa na disponibilidade a pagar, deslocando o “vil metal” do consumidor para o circuito da produção e da comercialização do livro.
Em 1982, ainda na condição de um jovem médico, em início da profissão, publicamos o nosso primeiro livro, e, desde então, tivemos o devido zelo com a elaboração da capa de nossa produção intelectual, sob o formato de livros.
Algumas das obras em que figuramos como autor foram editadas por entidades públicas, como o Ministério da Saúde e o Instituto Nacional do Câncer, não nos franqueando qualquer interferência no projeto da capa das mesmas, cabendo a essas instituições assumir o projeto editorial, usualmente atentando mais para um padrão burocrático oficial, tendo em vista a distribuição gratuita dos exemplares ao seu público-alvo.
Diferentemente, no contexto comercial, onde imperam as leis de mercado, há uma acirrada competição entre os produtores, que, primeiramente, precisam vencer a inércia para converter os cidadãos em consumidores de livros e, em seguida, atraí-los especificamente para adquirir os itens constantes no catálogo de sua empresa. Para isso, a capa desempenha um papel de extrema relevância, sendo um bom determinante para a compra do livro, e concorrendo, ainda, para a sua maior vendagem.
Nesse sentido, nossos dois títulos lançados pela editora Revinter seguiram um padrão de arte moderna, combinando traços e formas com tonalidades em “degradée”, enfeixando um belo arranjo final, conformando capas extremamente atraentes para o leitor em potencial. Do mesmo modo, quatro dos cinco livros publicados pela editora Atheneu, por pleito nosso, contemplaram telas de pintores famosos, como peça principal da composição, o que, pela escolha, já estaria a antecipar a garantia de belo resultado final.
As nossas publicações feitas aqui, por diferentes editoras ou gráficas cearenses, bancadas por recursos próprios e/ou subsidiados por instituições locais, bem como as aquinhoadas com prêmios científicos, mereceram um cuidado especial de nossa parte, aportando idéias e agregando elementos para que os arte finalistas concebessem o “design” mais apropriado das capas, transmutando-as, em alguns casos, em singelas obras de arte.
Há um elenco razoável de obras inserido em nosso currículo na Plataforma Lattes do CNPq, onde domina a produção bibliográfica técnica e científica, tendo-se, em várias delas, perseguido o propósito de orná-las com a arte pictográfica, revestindo de embelezamento o que de pronto se exterioriza de um livro; delas, apesar de algumas não contarem com o concurso de grandes mestres da pintura universal, várias albergam distintos perfis de beleza e criatividade.
Ao contrário do que diz a sabedoria popular, de que “quem vê cara, não vê coração”, em se tratando de um livro, manda a experiência autoral que tudo se faça para que, “aquele que olhar a capa, seja levado a conhecer também e, principalmente, o seu conteúdo”.
Neste blog serão apresentadas, de início, as capas de nossos livros que não tomaram, por empréstimo, o concurso de notáveis pintores, cabendo, pois, os méritos aos arte finalistas, sob a ação enzimática do autor.
Marcelo Gurgel Carlos da Silva
Médico e economista em Fortaleza

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

A RESIDÊNCIA MÉDICA E O “DOCTOR-BOOM” CEARENSES

O número de vagas nos vestibulares para os cursos de Medicina, sediados no Ceará, passou de 150, em 2000, para 370, ao cabo de três anos, com a chegada da Faculdade de Medicina de Juazeiro, das extensões da UFC em Barbalha e em Sobral, e do curso de Medicina da UECE.
Em 2006, sob o beneplácito do Ministério da Educação, foram autorizados os cursos médicos da Faculdade Christus, com 112 vagas, e da UNIFOR, com 120 vagas, de sorte que, a partir de 2012, sairão cerca de 600 médicos recém-graduados, retratando mais do que o quádruplo da média histórica de formados, anualmente, no Ceará.
Independente da entrada de novas escolas médicas no solo cearense, ora em fase de gestação, as cifras acima serão engrossadas com o aporte de mais 90 vagas, no âmbito da UFC, como decorrência do REUNI, via duplicação da oferta interiorana e implemento de dez vagas na capital, resultando em mais de setecentas vagas anuais nas escolas médicas.
Na virada do milênio, antes desse “doctor-boom”, a oferta da Residência Médica (RM), no Ceará, em programas autorizados pela Comissão Nacional de Residência Médica, era bastante para atender à demanda expressa na quantidade de concludentes da UFC, tomando por parâmetro a cobertura de 70% de graduados que desejavam RM, no País.
Ao longo desta década, esforços institucionais foram conduzidos no sentido de expandir e de diversificar a disponibilidade de vagas de RM, a exemplo do Hospital do Câncer / Instituto do Câncer do Ceará, que se tornou o terceiro maior pólo formador de oncologistas do Brasil; da Secretaria da Saúde do Estado do Ceará, com a adição de vagas aos programas existentes e a criação de novos programas, incluindo os do Hospital Waldemar Alcântara; da Secretaria da Saúde de Fortaleza, que pôs em marcha um ousado programa de RM em Medicina da Família e da Comunidade; e do empenho da FMJ e da UFC, em prol da interiorização da RM.
Essas iniciativas, se bem que importantes, foram eclipsadas, todavia, pelo vertiginoso incremento do total de médicos egressos no Ceará, e pela persistência de algumas distorções, qualitativas e quantitativas, configuradas na ausência ou na insuficiência de vagas em certos programas, e no excedente de vagas em programas especializados (especialidades clínicas e cirúrgicas), frente à limitada oferta nos programas que compõem seus respectivos pré-requisitos (Clínica Médica e Cirurgia Geral).
As instituições formadoras de médicos, no Ceará, notadamente as mais novas, surgidas recentemente, necessitam, igualmente, assumir o ônus de contribuir para a educação médica continuada dos seus egressos, como um imperativo da sua responsabilidade social, avalizando e qualificando as entidades hospitalares que lhes servem de apoio, ao ensino de graduação, a fim de que essas venham a se inserir como centros formadores de médicos residentes.
Marcelo Gurgel Carlos da Silva
Professor titular de Saúde Pública da UECE
* publicado in: Jornal O Povo, 25/01/09 Fato Médico, p.8.

domingo, 25 de janeiro de 2009

MÉDICAS VELHINHAS

Como o HIAS, por muitos anos, não recebeu médicos concursados, o seu corpo clínico foi amadurecendo, em experiência e na idade, de sorte que até hoje são muitos os seus profissionais, com mais de vinte anos de casa.
A Dra. Hilda Frota, conhecida médica de enfermaria desse hospital, foi substituir uma colega de licença no Ambulatório Geral do HIAS, e surpreendeu-se com o grande movimento de clientes, em contraste com o que sucede nas unidades de saúde da periferia de Fortaleza.
Ao acolher mais um paciente agendado para aquela manhã, sendo o terceiro da mesma procedência e sem guia de encaminhamento, a pediatra indagou da mãe do menino:
– Sua comunidade tem muitas crianças, não?
– Tem e bastante – respondeu a mulher.
– E elas adoecem tanto? Não tem pediatra no posto de lá? – perguntou a Dra. Hilda.
– Elas bem que adoecem! Tem uma médica de criança, sim.
– Por que não vão ao posto de lá? – quis saber a médica.
– Mas as mães preferem trazer elas aqui para o Sabin – explicou a mulher.
– Mas por que elas fazem isso, já que o HIAS é tão distante de sua comunidade? – inquiriu a Dra. Hilda.
– É por causa das doutoras daqui! – justificou a mulher.
– E o que têm de especial as médicas do HIAS? – questionou a pediatra.
– Ah, as doutoras do Sabin são “velhinhas”, mas são muito boas; “arresolve” tudo.
É lógico que a notícia causou um certo rebuliço no hospital, porquanto mexeu com os brios etários femininos visto que só Balzac explica, mesmo que o Honoré, em questão, tenha fincado pé apenas na casa dos trinta, o que fica longe do “reality show” do Sabin.

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Medicina da UECE: o presente do Dia de Reis

Vejam artigo do jornalista Paulo Tadeu sobre a Coleção da Turma Prima
http://www.oestadoce.com.br/index.php?acao=noticias&subacao=ler_noticia&cadernoID=13¬iciaID=7627

sábado, 10 de janeiro de 2009

Colação de Grau de Medicina-UECE Repercussão

http://diariodonordeste.globo.com/noticia.asp?codigo=244889&modulo=966

domingo, 4 de janeiro de 2009

Curriculum Vitae na Plataforma Lattes do CNPq

O meu Curriculum Vitae pode ser acessado na Plataforma Lattes do CNPq
CV Lattes-CNPq

Colação de Grau de Medicina-UECE

A formatura da primeira turma de médicos da UECE está sendo divulgado na mídia local. Veja a seguinte:
Jangadeiro Online

sábado, 3 de janeiro de 2009

MINI-CURRÍCULO LITERÁRIO

Marcelo Gurgel Carlos da Silva, nascido em Fortaleza, em 13/03/1953, é médico-sanitarista. Nos últimos tempos, como notório polígrafo, tem incursionado no mundo literário, com atuação nos seguintes gêneros: crônica, conto, discurso, ensaio, memórias e romance. Participou das coletâneas da Sociedade Brasileira de Médicos Escritores – Regional do Ceará (SOBRAMES-CE): “Esmeraldas”, “Veia Poética”, “Rima Labial”, “Inspiração”, “Queixa principal” e “Achado Casual”, sendo co-organizador dessa última antologia.

Curso de Medicina da UECE: o livro


O quadro “A Lição Clínica do Dr. Charcot”, pintado pelo vienense Pierre-André Brouiller Charrroux, em 1887, pertencente ao acervo do Museu de Nice, expõe uma aula sobre histeria ministrada por Jean-Martin Charcot, no Salpêtrière, hospital considerado o berço da Neurologia mundial. Charcot foi uma liderança científica inconteste da época, um fato demonstrado por reunir atentos professores e alunos, alguns deles tornados conhecidos na posteridade. Na cena, Brouiller Charrroux registra o momento em Charcot evidencia em sua aula a grande diferença entre uma crise convulsiva e um quadro de histeria. Nessa imortalização da aula, aparece o Dr. Félix Babisnki (o do sinal de Babinski), que ampara com o braço esquerdo a paciente espástica, curvada para trás. A maca ao lado da enferma denuncia a incapacidade de andar da paciente, dando a antever a gravidade do caso. Dr. Charcot foi professor de Sigmund Freud, que mantinha em seu consultório uma réplica dessa famosa tela, e era amigo pessoal do Imperador do Brasil Pedro II, tendo ele assinado o atestado de óbito desse soberano brasileiro. Foi essa intuitiva pintura a escolhida para ilustrar o livro “Curso de Medicina da UECE: concepção, criação e implantação (2002-2008)”, disposta acima de uma faixa bege com arabescos, na qual se identificam título, autoria e instituição de origem.