segunda-feira, 29 de junho de 2009

“HERROS DE PULIÇA” I

Alguns erros notórios escritos por policiais em ocorrências:
1. "Senhor delegado, deu entrada no Pronto-Socorro Municipal o cidadão, vítima de 'gargalhada'. 'Gargalhada' no peito, no rosto e nas costas.Segue anexo um 'gargalho'de garrafa."
(Por acaso não seria: GARGALO !??)
2. "O veículo, durante o acidente, teve amassamento no pára-choques e nos pára-lamas dianteiros, sendo quem não pudemos colher melhores dados, devido à vítima haver fugido a 'galope."
(Era um atropelamento de cavalo?).
3. "O condutor foi preso em flagrante por estar dirigindo em velocidade incombatível' com o local."
(O que pensar...?)
4. "Ocorreu um 'abarroamento’ de pessoas.", "Os conduzidos, além da algazarra, ainda xingavam a todos com palavra de baixo escalão".
(Bom... no nosso país , tudo é uma questão de escalão !)
5. "Demos cobertura à ambulância na condução de um 'débito mental' até o PSM".
(Você já pode imaginar quem está com débito mental ?!)
6. "O condutor do veículo colocava em risco a segurança das pessoas, pois estava dando 'cavalo de Paulo' na rua."
(Que Paulo ...quem é o Paulo...chama o Paulo , vai !?)

Fonte: Tal anedotário, que circula na Internet, é obra de um Tenente Coronel da PMMG (nome não citado), que expôs o conteúdo de seu livro no Programa do Jô, informando que todas as frases foram originalmente coletadas dos livros e relatórios de registro policial.

domingo, 28 de junho de 2009

BOLSA DITADURA

... "Aquilo que em 2002 foi uma iniciativa destinada a reparar danos impostos durante 21 anos a cidadãos brasileiros transformou-se numa catedral de voracidade, privilégios e malandragens.
O Bolsa Ditadura já custou R$ 2,5 bilhões à contabilidade da Viúva. Estima-se que essa conta chegue a R$ 4 bilhões no ano que vem.
Em 1952, o governo alemão pagou o equivalente a R$ 11 bilhões (US$ 5,8 bilhões) ao Estado de Israel pelos crimes cometidos contra os judeus durante o nazismo.
O Bolsa Ditadura gerou uma indústria voraz de atravessadores e advogados que embolsam até 30% do que conseguem para seus clientes. " ...

Extraído de Elio Gaspari in: BOLSA DITADURA TORNOU-SE UMA INDÚSTRIA. Publicado na Folha de São Paulo e republicado em O Povo, de 28/06/2009.

sábado, 27 de junho de 2009

O BRASIL ANEDÓTICO IV

ETCETERA, ETCETERA...
Taunay - Reminiscências, vol. I, pág. 27
Analisava, certo dia, Zacarias de Góis e Vasconcelos, da tribuna, os atos e a vida particular de Cotegipe, então ministro da Marinha no gabinete 16 de julho.
- S. Excia. - diz o orador, - não tem tempo material para despachar o simples expediente da sua pasta. Senão, vejamos. O nobre ministro levanta-se tarde, mais ou menos às 10 horas da manhã; faz a sua toilette com apuro, o que lhe leva bem uma hora; almoça às 11, palestra com os amigos; chega ao Senado às 12; vai à Câmara ou responde aqui pelos desacertos do gabinete; fica livre às 4; acha a casa cheia de gente; torna a palestrar com os íntimos; janta às 7 e meia; joga a sua indefectível partida de voltarete; vai ao teatro às 10, sai dele às 11, passeia por aí, etc., etc., e afinal recolhe-se depois de meia-noite, senão mais tarde!
No dia seguinte, Cotegipe responde-lhe, no mesmo tom:
- Sinto, Sr. Presidente, não ter podido ouvir ontem, o minucioso relatório, que o nobre senador apresentou sobre a minha vida diária, pois houvera retificado várias inexatidões. Até certo ponto, porém, foi conveniente, porquanto tivesse ensejo de proceder a conscienciosas indagações e estou agora habilitado, do meu lado, para indicar ao Senado o modo por que S. Excia. reparte as horas do seu dia. Levanta-se cedo, às 6 horas da manhã, toma o seu banho frio, bebe café com leite e come um pratinho de torradas. Depois, estuda os relatórios e as matérias da ordem do dia até às 9. Aí, almoça e vai vestir-se, no que gasta algum tempo, por isso que prova várias sobrecasacas, a ver a que melhor lhe assenta. (Era, com efeito, uma das preocupações do Zacarias andar sempre com roupas severas, mas muito bem ajustadas e elegantes). Vem para o Senado e até às 4 horas da tarde leva a causticar a todo o mundo. Volta à casa na sua caleça; janta às 5 e palita os dentes. Às 6 e meia sai para a Misericórdia; às 8 encerra-se com as irmãs de caridade e com elas conversa, até às 9 e meia; recolhe-se às 10 e deita-se, dormindo sono de beato por ter cumprido com todas as suas obrigações.
Provedor da Santa Casa, Zacarias achou oportuno propor a Cotegipe um acordo, para que aquilo não ficasse nos anais. Procurou-o.
- Colega, - pediu, com gravidade, nas provas taquigráficas vou tirar aqueles maliciosos "etcetera, etcetera". V. Excia., por sua parte, há de eliminar a tal história das irmãs de caridade. Ouviu?
- Riscarei tudo quanto V. Excia. quiser, - concordou o Barão, - mas não consinto, isso nunca, que deixem de aparecer os tais "etcetera, etcetera". Esses são meus, e vão dar-me muita força moral.
E com o seu perfil de fuinha:
- Se os suprimir, reclamo-os da tribuna; fique certo!
A AGONIA DO GIGANTE
Taunay - Homens e Coisas do Império, pág. 87
Vítima de um ataque de uremia, o Visconde do Rio branco agonizava, cercado pela família e pelos amigos. Pálido como cera, os olhos cerrados, tentava, de quando em quando, erguer o braço, no seu gesto de orador, deixando escapar frases que davam idéia do seu delírio.
- Senhor presidente... - exclamou, grave; - peço a palavra...
Momentos de silêncio. E depois:
- Peço licença para falar com muita pausa devido ao meu melindroso estado de saúde...
Novo silêncio. Em seguida:
- Não perturbem a marcha do elemento servil...
E com energia, na frase derradeira:
- Confirmarei diante de Deus tudo quanto houver afirmado, diante dos homens!...
Momentos depois, era a morte.
A PALAVRA DOS INTERESSADOS
Taunay - Reminiscências, vol. I, pág. 74
Logo após a República, foi o conselheiro Paulino José Soares de Sonsa, provedor da Santa Casa, procurado por uma comissão de positivistas, que o foi convidar a mudar a denominação do cemitério São João Batista para Sul-Colombiano.
- Tomo nota da idéia - replicou o velho monarquista; - mas convém, antes da execução, saber se os que lá se acham têm até agora motivo de queixa ou aborrecimento contra esse nome de São João Batista.
O ÚLTIMO ESCRAVO
Ernesto Sena - Deodoro, pág. 160
Era a 23 de novembro de 1893. Verificada a traição de amigos em que confiava, e para não atear a guerra civil, Deodoro resolveu renunciar a presidência da República.
Manda lavrar o decreto. Levam-lho. Ele torna da pena, comovido, a mão trêmula.
- Assino a carta de alforria do último escravo do Brasil, - declara.
E assinou.
ARTE DE COMER
Taunay - Reminiscências, vol. I, pág. 47
Sales Torres-Homem era dos mais famosos sibaritas que o Brasil tem produzido. Os prazeres da mesa eram, para ele, dos maiores. Comia, porém, com arte, com método, não como um glutão, mas como um verdadeiro artista do paladar. Em certo banquete dizia ele a um vizinho:
- Não coma do pão senão a côdea, meu amigo: o miolo incha logo no estômago e ocupa lugar que pode ser mais bem preenchido!
DETIS E A REPÚBLICA
Taunay - Reminiscências, vol. I, pág. 74
Era o conselheiro Paulino José Soares de Sonsa provedor da Santa Casa de Misericórdia quando foi intimado pelas autoridades republicanas a acabar com o "Deus guarde" dos seus ofícios ao governo.
- Não me é licito aceder à intimação de V. Excia. - respondeu ele ao ministro do Interior: - neste estabelecimento ainda há Deus, nem se o pode dispensar no meio de tantos sofrimentos e misérias dos homens.
E não alterou a fórmula.
A ELEIÇÃO PRESIDENCIAL
Serzedelo Correia - Páginas do Passado, pág. 15
A imprensa, na sua quase unanimidade, reclamava diariamente a eleição presidencial, que Floriano ia adiando. Desejando pôr termo a essa situação os ministros reuniram-se na secretaria da Viação, sendo todos acordes em forçar o ditador a essa medida. Incumbido de levantar a questão no despacho semanal, Simeão fê-lo com coragem. Floriano escutou-o e, ao cabo, voltando-se para Rodrigues Alves, indagou:
- O senhor conselheiro pensa da mesma forma?
- Perfeitamente.
Voltou-se para José Higino:
- E o senhor?
- Solidário com eles.
Era a vez de Serzedelo Correia. Floriano sabia-o na conjuração. Antes, porém. que este se manifestasse precipitou:
- A opinião aqui do meu camarada, eu já conheço.
Transfigurou-se:
- Mas os senhores estão enganados.
E batendo com a Constituição em cima da mesa:
- Enquanto esta vigorar, sou o presidente, e não faço a eleição!

Fonte: Humberto de Campos. O Brasil Anedótico (1927)

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Pérolas dos Vestibulandos IX

GEOGRAFIA
1. A capital de Portugal é Luiz Boa.
2. A Geografia Humana estuda o homem em que vivemos.
3. O Brasil é um país muito aguado pela chuva, senão veja a Amazônia...
4. Na América do Norte tem mais de 100.000 Km de estradas de ferro cimentadas.
5. Oceano é onde nasce o Sol; onde ele nasce é o nascente, e onde desce, é o decente.
6. Na América Central há países como a República do Minicana.

Fonte: Internet (Circulando por e-mail)

quinta-feira, 25 de junho de 2009

FRASES E PENSAMENTOS DE BERNARD SHAW I

1 Enquanto não extirparmos o patriotismo, não haverá paz na terra.
2 Nada tão cansativo quanto a indecisão, e nada tão fútil.
3 A virtude não passa de uma tentação insuficiente.
4 O silêncio é a mais perfeita expressão do desprezo.
5 A mulher a todos nós reduz ao denominador comum.
6 A gente simples não ora, pede.
7 Que é a vida senão uma série de loucuras inspiradas.
8 A juventude é uma coisa maravilhosa. Que pena desperdiçá-la em jovens.

Fonte: http://www.ponteiro.com.br/vf.php?p4=8239

LANCHONETE CANIBAL

Viajando por uma região de canibais, o arqueólogo chega a uma lanchonete escondida no meio da selva.
O cardápio chama sua atenção.

Lanchonete Canibal
Só servimos carne importada
- Missionário inglês frito ........................ US$ 30,00
- Turista americano a moda do chef ....... US$ 25,00
- Freira italiana virgem ensopada ........... US$ 35,00
- Político brasileiro ao forno ................... US$ 300,00
* Não aceitamos cheques.

Intrigado com a disparidade de preços, ele pergunta ao dono da espelunca a razão dos pratos elaborados com políticos brasileiros serem tão caros.
O empresário então lhe explica:
- Bom, o cara lá do Brasil, que exporta para nós, garante que político brasileiro é muito difícil de ser caçado.
- Para piorar, meu cozinheiro disse que eles levam horas e horas cozinhando...
- E tem mais: o senhor, por acaso, já tentou limpar um deles?

Fonte: internet (circulando por e-mail)

terça-feira, 23 de junho de 2009

“IN EXTREMIS” VI

“Nu vim ao mundo e nu partirei. Não quero vestir o meu uniforme” – Frederico I da Prússia
“Enterrem-me junto de meu cão” – Frederico, o Grande
“Que Deus não me abandone nunca” – Pascal“Não há mais nada, nada mais” – Valentino de Milão
“Avancemos” – Foch
“Eu sou de Cristo” – Barrés
“Luz, mais luz!” – Goethe
“Mamãe” – Anatole France
“Venceste, Galileu!” – Juliano, Imperador

Extraído do Almanaque do Ceará – 1941. p. 95-7.

segunda-feira, 22 de junho de 2009

CONTADORES DA PE. CHAMPAGNAT DE 1940

Em 1940, celebrava-se o 1º centenário de falecimento do venerável Pe. Champagnat, uma figura no universo educacional, mercê da praticidade com que encarava a profissionalização do ensino. Essa foi, sem dúvida alguma, a razão maior para que o seu nome fosse dado à primeira Escola de Comércio regularmente implantada, no Ceará.
Nesse mesmo ano do centenário, colou grau a Turma Lafayette Garcia, lançando no mercado, ainda incipiente, da contabilidade, no Estado, nada menos de 22 contadores: três estrangeiros, da Espanha, França e Portugal; quinze cearenses; um piauiense; três oriundos do Rio de Janeiro, então Distrito Federal. Dentre esses, quatro eram irmãos maristas.
É interessante registrar que o nome dado à Turma é também o do Patrono, escolhido pelos concludentes, donde inferir-se a sua importância para a categoria. De fato, pesquisas complementares, por meio da Internet, apontam que o Dr. Lafayette Belfort Garcia era, naquele momento, o Diretor da Divisão de Ensino Comercial do Ministério da Educação; seu nome aparece como Membro da Galeria de Honra do Instituto Brasileiro de Estudos Sociais e também como Presidente do Conselho Federal de Economia, de 1954 a 1961, no Rio de Janeiro, e ainda em fatos relacionados à educação, quando da construção de Brasília.
No quadro de formatura dos contadores da Escola de Comércio Pe. Champagnat, no ano de 1940, figuram também: Dr. Martins Rodrigues, que se tornaria um eminente e probo político, o Paraninfo; Dr. Leite Gondim e Irmão Carlos Martinez, homenageados especiais; e, com menção honrosa, o diretor da Escola, Dr. Antônio Martins Filho, que viria a ser o fundador e reitor da UFC, da UECE e da URCE, e o Inspetor de Alunos, Raimundo Silva Freitas. Foram ainda alvo de homenagem os professores Ataíde F. Cavalcante, Francisco de Assis Barbosa e Francisco Sales Barbosa. A Turma Lafayette Garcia, que teve como orador oficial o concludente José Amauri Araújo, quis, por bem, reverenciar, post-mortem, a figura do Ir. Henrique Chalvy.
Àquela época, final dos anos 40, do século anterior, como até hoje acontece, embora utilizando outro tipo de material, era comum a feitura de quadro, em madeira, quando da conclusão de cursos superiores, popularizando o invento dos irmãos Lumière, em terras cearenses.
Chama atenção neste quadro, em particular a imagem circular, à direita em que aparecem um avião, um navio e um trem, como elementos atrelados à economia, sobressaindo um edifício, onde deve se concentrar a força da administração contábil, deixando ver, em negativo, um capacete que lembra mercúrio, o símbolo do comércio. No alto do quadro, três colunas dão a impressão de que delas fluem linhas de fumaça, compatíveis com a idéia de avanço industrial, sustentado por uma viga vertical, em que se lê: Contadores de 1940.
Do quadro, participam, como concludentes da Escola de Comércio Pe. Champagnat, nesse ano da graça de 1940, Antônio C. Sisnando Lima (Ceará), Augusto Pinheiro Santos (Piauí), Francisco F. Carvalho (Ceará), Genésio Bezerra (Ceará), Ir. Carlos Daniel (Portugal), Ir. Guido Fernandes (Distrito Federal), Ir. José Chanal (França), Ir. Timóteo Gonzalez (Hespanha), João Batista Lustosa (Ceará), José Amauri Araújo (Ceará), José Cardoso Cavalcante (Ceará), José Evaldo Ramos (Ceará), José Francisco Lima (Ceará), José Linhares Vasconcelos (Distrito Federal), Luiz Carlos da Silva (Ceará), Moacir F. de Araújo (Ceará), Paulo Humberto Aguiar (Distrito Federal), Plácido S. Montenegro (Ceará), Raimundo M. Nascimento (Ceará), Rosenval M. Oliveira (Ceará), Sebastião V. Carvalho (Ceará) e Sizenando P. Filho (Ceará).
Um olhar mais apurado sobre esses nomes, e em especial, sobre os nomes daqueles que foram alvo de suas homenagens, dá conta de que não poucos deles emprestaram significativa colaboração ao desenvolvimento do Ceará.
Marcelo Gurgel Carlos da Silva

* Publicado in: O Povo, de 20/06/2009, Jornal do Leitor. p.3.

domingo, 21 de junho de 2009

DE VOLTA DO CONGRESSO DE ECONOMIA DA SAÚDE

Acabo de retornar da Espanha, onde participei da XXIX Jornada de Economia da Saúde, com a apresentação de cinco trabalhos científicos, que realizou-se em Málaga.
Foi uma excelente oportunidade para alargar a minha permanência, aproveitando os finais de semana, que margearam o período do congresso para conhecer Servilha e Granada, sorvendo em visitas culturais, efetuadas sobretudo junto às igrejas e aos museus, o melhor da "Andalucía", uma região que não conhecia, apesar de ter estado na Espanha uma dúzia de vezes.
Infelizmente, nesse interstício, ao contrário do que pretendia (até levei um notebook), não consegui alimentar o nosso blog, o que faremos a partir de agora.

sábado, 13 de junho de 2009

XXIX JORNADAS DE ECONOMÍA DE LA SALUD

Viajo, hoje, para a Espanha, a fim de participar da “XXIX JORNADAS DE ECONOMÍA DE LA SALUD”, que se realizará em Málaga, no período de 16 a 19 de junho de 2009. Apresentarei duas Comunicações Orais intituladas: 1) “Revenues and spending related to selected surgical procedures performed for the Unified National Health System (SUS) at an oncology service in Brazil” e 2) “Cost of hospital infections acquired postoperatively by pediatric heart surgery patients at a neonatal intensive care unit in Fortaleza, Brazil” e três Posters denominados: 1) “Treatment of prostate cancer at an oncology service in Fortaleza (Ceará, Brazil): costs and quality of life”, 2) “Cost of antibiotics administered postoperatively to pediatric heart surgery patients at a neonatal intensive care unit in Northeastern Brazil” e 3) “Evolución de los gastos municipales con salud en el estado de Ceará (Brasil): un panorama por microregión de salud por aplicación de la Enmienda Constitucional nº 29, indice socioeconômico (ISE) y gasto per capita, en el periodo de 2000 a 2007”, trabalhos resultantes de pesquisas realizadas sob o patrocínio do Projeto Economia da Saúde, que tem a UECE como instituição acadêmica parceira.

O LEGADO DO DR. HAROLDO JUAÇABA

Partiu, em 01/06/09, com destino à sua nova morada, junto ao Pai Eterno, o conhecido esculápio cearense Dr. Haroldo Gondim Juaçaba. Nascido em Fortaleza, em 31/03/1919, recebeu esmerada educação marista que o qualificou, quando contava apenas 15 anos de idade, ao ingresso na Faculdade de Medicina do Recife, em 1935, de onde se transferiu, ao término do segundo ano, para a Faculdade Nacional de Medicina da Universidade do Brasil, no Rio de Janeiro, diplomando-se em Medicina em 1940.
Em 1941, Dr. Haroldo Juaçaba retornou à capital cearense, dando início à sua vida profissional médica, como médico-voluntário da Maternidade Dr. João Moreira e Médico-Auxiliar do Hospital do Pronto Socorro de Fortaleza. À época da II Guerra, aceitou o desafio de trabalhar em plena selva amazônica, mediante contrato com o Serviço Especial de Saúde Pública (SESP), para prestar assistência médica aos “soldados da borracha”, recrutados pelo Serviço Especial de Mobilização de Trabalhadores para a Amazônia (SEMTA), criado pelo Estado Novo, a fim de suprir as tropas aliadas da borracha nativa, um produto vital à máquina bélica.
Da convivência com médicos norte-americanos, quando trabalhou na Amazônia, surgiu o convite para fazer treinamento nos EUA, resultando disso a Residência Médica (RM) no Riverside Hospital, em Paducah, Kentucky, especializando-se em Cirurgia e Cancerologia, complementada por estágio na Mayo Clinic.
Foi médico, aprovado em 1º lugar no concurso para área de Cirurgia do antigo IAPC, admitido em 1953, vindo a aposentar-se em 1984, pelo INAMPS, após profícuo trabalho em prol da implantação da Residência Médica nos hospitais federais do Ceará.
Como professor universitário, lecionou na Escola de Enfermagem São Vicente de Paulo, de 1947 a 1964, e na Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará (UFC), de 1948 a 1979, ano em que foi alcançado pela aposentadoria compulsória. A despeito desse desligamento oficial, seguiu trabalhando para a UFC, voluntariamente, por mais oito anos, sob a condição de Professor Emérito.
Foi, ainda, responsável pela criação do Internato em Cirurgia e da RM em Cirurgia Geral do Hospital das Clínicas da UFC, atividades essas que coordenou durante anos a fio, além da instalação da RM em Cirurgia Geral da Casa de Saúde São Raimundo.
Foi fundador do Instituto do Câncer do Ceará, em 1944, e, por décadas, ocupou a Presidência dessa instituição, deixando aos cearenses o Hospital do Câncer, unidade de referência em Oncologia na região Nordeste. Ao lado desse hospital, o maior legado do Prof. Haroldo Juaçaba repousa nos seus milhares de ex-alunos, que exercem a arte hipocrática, e, em especial, nas centenas de cirurgiões, formados sob a sua régia batuta.
Não se morre de todo, quando se continua vivo no coração de alguém. No caso do Dr. Haroldo, são muitos milhares de corações a albergar as lembranças desse honrado médico, que soube espargir o bem, com competência e seriedade, sem nunca se deixar levar pela vaidade, tão presente entre os que são bem sucedidos na vida profissional.
Marcelo Gurgel Carlos da Silva
Da Academia Cearense de Medicina

* A ser publicado in: Jornal o Povo, 14/06/09 Fato Médico, p.8.

quinta-feira, 11 de junho de 2009

CORRIGINDO OS DITOS POPULARES I

CULTURA , MUITO INTERESSANTE E DIVERTIDO.

Diz-se: Batatinha quando nasce, esparrama pelo chão...
Enquanto o correto é: Batatinha quando nasce, espalha a rama pelo chão...

No popular, se diz: Cor de burro quando foge.
O correto é: Corro de burro quando foge!

Outro que no popular todo mundo erra: Quem tem boca vai a Roma.
O correto é: Quem tem boca vaia Roma.

E ainda: É a cara do pai escarrado e cuspido - quando alguém quer dizer que é muito parecido com outra pessoa.
Correto é: É a cara do pai em Carrara esculpido (Carrara é um tipo de mármore, extraído da cidade de Carrara -Itália).

Mais um famoso: Quem não tem cão, caça com gato...
O correto é: - Quem não tem cão, caça como gato... Ou seja, sozinho!!!

Fonte: Vera Bighetti in: http://netart.incubadora.fapesp.br/portal/Members/vera_bighetti/document.2006-08-30.4994282251

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Pérolas dos Vestibulandos VIII

HISTÓRIA
1. O Hino Nacional Francês se chama La Mayonèse...
2. Tiradentes, depois de morto, foi decapitulado.
3. Entres os índios de América, destacam-se os aztecas, os incas, osmaios, os pirineus, os phenícios, egipcios, facistas...
4. A História se divide em 4: Antiga, Média, Moderna e Momentânea, esta, a dos nossos dias.

Fonte: Internet (Circulando por e-mail)

terça-feira, 9 de junho de 2009

RELACIONAMENTO CONJUGAL

ANTES DO CASAMENTO:

Ele: - Finalmente. Custou tanto esperar por este momento.
Ela: - Você quer que eu vá embora?
Ele: - Não! Nem pensa nisso.
Ela: - Você me ama?
Ele: - Claro! Muito e muito!
Ela: - Alguma vez você já me traiu?
Ele: - NÃO! Porque ainda pergunta?
Ela: - Me beija?
Ele: - Evidente! Sempre que possível!
Ela: - Você seria capaz de me bater?
Ele: - Você está doida! Não sou desse tipo de homem!
Ela: - Posso confiar em ti?
Ele: - Sim.
Ela: - Querido!


Depois do casamento...

Ler texto anterior de baixo para cima.

Fonte: Circulando pela Internet.

sexta-feira, 5 de junho de 2009

TRIBUTO À MEMÓRIA DE HAROLDO JUAÇABA


O Instituto do Câncer do Ceará prestou tocante homenagem, na manhã de hoje (05/06/09), à memória do seu fundador e ex-presidente, o Prof. Haroldo Gondim Juaçaba. Sob o título “Tributo à Memória do Doutor Haroldo”, coube ao médico Marcelo Gurgel, por suas estreitas ligações com o pranteado mestre ao longo de 35 anos, e em nome do ICC, discorrer sobre a vida, a obra e o legado de Haroldo Juaçaba, ele que foi um dos maiores médicos do Ceará.

O BRASIL ANEDÓTICO III

A ELEGÂNCIA DE TORRES-IIOMEM
Taunay - Reminiscências, vol. I, pág. 48
Sales Torres-Homem, apesar do seu tipo austero e pesado, primava em trajar-se com a maior correção e, mesmo, com certo luxo: sobrecasaca rigorosamente justa e abotoada, botina de verniz, luvas, gravatas de gosto com alfinetes adequados.
- É preciso - aconselhava ele, não deixar aos medíocres e tolos sequer essa superioridade: trajarem bem. As exterioridades têm inquestionável importância. A um tresloucado e criminoso é muitíssimo mais fácil dar logo cabo de qualquer maltrapilho, do que simplesmente desrespeitar um homem revestido das insígnias de alta posição social. Conturba-o a certeza de que esse insulto será incontinente punido pelas leis e pelas autoridades.
UM JULGAMENTO
Tobias Barreto - Pesquisas e depoimentos, pág. 242
Homem de sentimentos nobres e caráter inflexível, Ouro-Preto justificava o gesto de Deodoro, revoltando-se contra o seu gabinete, mas não perdoava a atitude de Floriano, traindo-o até a última hora, a 15 de novembro. De regresso do exílio, achando-se Floriano no governo, foi o último presidente do conselho cientificado por um amigo comum de que o ditador desejava ouvir alguns homens antigos e sugeria um encontro com a sua pessoa. Ouro-Preto cortou o assunto.
- Meu amigo - declarou, - se eu alguma vez tivesse encontrado Deodoro e ele me estendesse a mão, apertá-la-ia sem esforço. Mas, à presença do general Floriano...
- ?...
- Só irei preso!
OS "HISTÓRICOS"
Ernesto Sena - Deodoro, pág. 149
O marechal Deodoro jamais contestou que, até às vésperas de 15 de novembro tivesse servido devotadamente ao Imperador. A sua adesão às idéias de Benjamim data, talvez, de 10 a 12 daquele mês.
Certo dia, já presidente, recebeu Deodoro no Itamarati um cavalheiro que alegava ser republicano de longa data, batendo-se pela República desde 1875.
- Pois eu, meu caro senhor, não dato de tão longe.
E pachorrentamente:
- Eu sou republicano de 15 de novembro, e o meu irmão Hermes de 17!
OS ALTOS E OS BAIXOS
Taunay - Reminiscências, vol. I, pág. 158
Na sessão de 6 de setembro de 1869, atacado por Zacarias, José de Alencar, ministro da Justiça, investiu-o galhardamente. Zacarias, forte e esbelto, o havia chamado de "fanadinho", procurando ridicularizar a sua pequena estatura.
- Ora, senhores - bradou Alencar, em meio do seu discurso, - sei que alguns homens altos, e aqui não há certamente desses, - costumam curvar-se para poderem passar por certas portas; mas os homens baixos têm esta vantagem, nunca se curvam. Quando passam pelas portas baixas ou pelas altas, como esta do Senado, trazem a cabeça erguida!
A MONARQUIA E OS ESCRAVOS
Tobias Monteiro - Pesquisas e depoimentos, pág. 196
O que mais atemorizava os estadistas do Império quando se tratava da abolição da escravatura era o desgosto dos fazendeiros prejudicados, que passariam a agir contra a coroa. E esse receio, como se viu depois, era mais que fundado.
A 13 de maio, discutia-se no Senado a lei João Alfredo quando Cotegipe enunciou mais uma vez os seus temores.
- V. Excia. não tem razão, aparteou o visconde de Jaguaribe.
E entre os aplausos das galerias:
- Tenhamos fé nas instituições; se elas valem alguma coisa não há de ser por falta de escravos que hão de cair!
RESPEITO AOS VELHOS
Aluísio de Castro - Discurso da Academia Brasileira de Letras, 1918.
Quando o Dr. Francisco de Castro assumiu, em 1901, a direção da Faculdade de Medicina, quis ter a seu lado, no ato da posse, o seu velho amigo Machado de Assis. Encarregado de ir buscar o grande romancista no Ministério da Viação, ia o Dr. Aluísio de Castro, então estudante, ao lado do autor do Brás Cubas, quando, na rua da Misericórdia, começou a lamentar a desgraciosidade do casario colonial, que tornava o caminho mais longo.
- Que casas feias!... - lamentou o estudante, numa censura de moço olhando aquela edificação secular.
E Machado de Assis, numa desculpa:
- São feias, são: mas, são velhas...

Fonte: Humberto de Campos. O Brasil Anedótico (1927)

terça-feira, 2 de junho de 2009

A PARTIDA DE UM MITO

Haroldo Gondim Juaçaba nasceu em 31/03/1919, em Fortaleza. Estudou no Colégio Cearense Sagrado Coração, onde concluiu o Seriado, em 1934. Seis anos depois, aos 20 anos, graduou-se médico pela Faculdade Nacional de Medicina da Universidade do Brasil, no Rio de Janeiro.
Fez residência médica no Riverside Hospital, Kentucky, EUA, no setor de Cirurgia Geral, e especializou-se em cirurgia e cancerologia, com participação em cursos ministrados pelo Colégio Americano de Cirurgiões. Cumpriu também programas de estágios e visitas em renomadas instituições médicas norte-americanas e britânicas.
Educador nato, foi professor de Clínica Cirúrgica da Faculdade de Medicina do Ceará, e de Anatomia, na Escola de Enfermagem São Vicente de Paulo. Ainda como educador, coordenou o Internato em Cirurgia da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará (UFC) e a Residência Médica em Cirurgia Geral do Hospital das Clínicas. Na UFC, foi Professor Titular de Cirurgia, Chefe de Departamento de Cirurgia, Representante dos Professores Titulares no Conselho Universitário, Vice-Diretor da Faculdade de Medicina e Professor do Curso de Mestrado em Cirurgia.
Considerado por muitos o precursor da cancerologia, no Ceará, Haroldo Juaçaba foi responsável pela implantação da Residência em Medicina Preventiva e Social, do INAMPS, e do primeiro Banco de Sangue de Fortaleza, na Casa de Saúde César Cals, juntamente com os médicos José Carlos Ribeiro e José Banwart Bezerra.
Por décadas, exerceu a Presidência do Instituto do Câncer do Ceará, legando ao povo cearense um hospital oncológico de referência regional. Haroldo Juaçaba teve uma produção científica, de artigos sobre medicina e educação, retratada em mais de 60 trabalhos publicados. Sua visão humanista, focada na assistência ao doente e no ensino em serviço, pode ser resumida no lema que adotou: “Importa fazer o bem”.
Muito mais que merecidas foram, portanto, as homenagens que recebeu, ao longo de sua vida, sendo de se destacar o Título de Professor Emérito da UFC; o Troféu Sereia de Ouro, concedido pelo Grupo Edson Queiroz; e a Medalha Boticário Ferreira, outorgada pela Câmara Municipal de Fortaleza.
Com o desaparecimento terreno do Dr. Haroldo, em 01/06/2009, vai-se parcela de uma época em que a Medicina primava por uma relação de confiança mútua, entre médicos e clientes, lastreada em uma prática revestida de abnegação e sacerdócio.
Marcelo Gurgel Carlos da Silva
Médico do ICC

* Publicado in: O Povo, Cad. Opinião, 02/06/2009. p.6.

segunda-feira, 1 de junho de 2009

HAROLDO JUAÇABA: foi-se uma lenda viva

Foi-se, em 01/06/2009, uma lenda viva da Medicina cearense. Apartou-se da matéria, aquele que foi corpo e alma do Instituto do Câncer do Ceará, instituição que ajudou a fundar, em 1944, e que se fez responsável maior pelo seu crescimento, quando decidiu construir, em 1995, o Hospital do Câncer, inaugurado em novembro de 1999.
A sociedade do Ceará, em peso, veste-se de luto. E não são somente os grandes, tantas vezes necessitados dos seus cuidados, no consultório e na sala de cirurgia da Casa de Saúde São Raimundo. São também os pequenos, os deserdados da sorte, que sempre mereceram sua atenção, independente da sua condição social, no hospital da UFC e no ICC.
O Dr. Haroldo Gondim Juaçaba, por suas excepcionais qualidades como médico, administrador, professor universitário e, especialmente, como ser humano, não admite substituição. A integridade moral e a honestidade eram, para ele, princípios que pautavam à sua existência, das quais nunca negligenciou.
Ele será sempre lembrado como o marido amoroso, o fiel companheiro de D. Heloísa, durante uma feliz caminhada de mais de 60 anos, e que lhe rendeu uma descendência de cinco filhos.
O Dr. Haroldo foi pai não-biológico de uma legião de médicos formados pela UFC, e que hoje atuam, com brilhantismo, pelo Brasil a fora e até no exterior. Com ele se formou o conceito de que “importa fazer o bem”, um jargão que usava como efeito demonstrativo, na sua prática profissional, iniciada em 1940, de médico e de mestre de muitas gerações.
Esse é o retrato simples do Dr. Haroldo Juaçaba. Sua lembrança jamais poderá ser dissociada do imaginário coletivo, pelo bem que semeou como professor e médico, provido de espírito altruísta, e sem descuidar do apuro da técnica e da ciência, em prol de seus incontáveis clientes.
Descansa em paz, Dr. Haroldo.

Prof. Marcelo Gurgel Carlos da Silva
Médico do Instituto do Câncer do Ceará