“A presença do povo nas ruas testemunha que é na prática de valores como
a solidariedade e o serviço gratuito ao outro que encontramos o sentido de
existir”
Brendan Coleman Mc Donald
Os bispos católicos do Conselho
Permanente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), reunidos em
Brasília de 19 a
21 de junho, externaram sua solidariedade às manifestações atualmente ocorrendo
no Brasil inteiro. A nota da CNBB é titulada “Ouvir o clamor que vem das ruas”.
Os bispos manifestaram apoio desde que as manifestações sejam pacíficas.
Na nota, os bispos afirmam “que
nada justifica a violência, a destruição do patrimônio público e privado, o
desrespeito e a agressão a pessoas e instituições, o cerceamento à liberdade de
ir e vir, de pensar e agir diferente, que devem ser repudiados com veemência”.
Os bispos acreditam que as mobilizações questionam a todos nós e “atestam que
não é possível mais viver num país com tanta desigualdade”.
A Nota do Conselho Permanente da
Conferência Nacional dos Bispos do Brasil acha justas e necessárias as
reivindicações de políticas públicas para todos. Eles percebem as manifestações
como um grito contra “a corrupção, a impunidade e a falta de transparência na
gestão pública”. A nota não omitiu denunciar também a violência contra a
juventude. Uma das linhas que chamam atenção na carta dos bispos é a seguinte:
“As manifestações destes dias mostram que os brasileiros não estão dormindo em
berço esplêndido”.
Outra afirmação dos bispos na
nota que chama atenção é quando eles afirmam que: “Numa sociedade em que as
pessoas têm o seu direito negado sobre a condução da própria vida, a presença
do povo nas ruas testemunha que é na prática de valores como a solidariedade e
o serviço gratuito ao outro que encontramos o sentido de existir”. O documento
termina com a frase: “Que o clamor do povo seja ouvido!”.
Em entrevista concedida à Rádio
Vaticano, segunda-feira passada, o secretário geral da CNBB, dom Leonardo
Steiner também falou sobre as manifestações populares que têm ocorrido em todo
o Brasil. O bispo disse: “A situação é cada vez mais tranquila, calma, pois
começam a se distinguir as manifestações pacíficas das violentas, e os próprios
movimentos começam a insistir para que não haja violência”. Deu um exemplo disso
dizendo: “Quando começam o vandalismo e a violência, eles convidam todos a se
sentar na rua, ou mesmo insistir para que ninguém vá encapuçado, ou com o rosto
escondido”.
Na mesma entrevista na Rádio
Vaticano, dom Leonardo fez questão de reafirmar que as manifestações não
afetarão a programação elaborada para à Jornada Mundial da Juventude, para o
Encontro com sua Santidade, o papa Francisco, marcada para os dias 22 a 28 de julho de 2013.
Brendan Coleman Mc Donald é padre da Congregação Redentorista e assessor da CNBB
Regional NE 1
Publicado In: O
Povo, de 7/7/13. Caderno Espiritualidade.
Nota do Blog: Há um texto de nossa autoria, aguardando publicação no
Boletim da Sociedade Médica São Lucas, que será oportunamente postado neste
blog.
Marcelo Gurgel
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