segunda-feira, 8 de julho de 2013

A CNBB E AS MANIFESTAÇÕES



A presença do povo nas ruas testemunha que é na prática de valores como a solidariedade e o serviço gratuito ao outro que encontramos o sentido de existir
Brendan Coleman Mc Donald
Os bispos católicos do Conselho Permanente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), reunidos em Brasília de 19 a 21 de junho, externaram sua solidariedade às manifestações atualmente ocorrendo no Brasil inteiro. A nota da CNBB é titulada “Ouvir o clamor que vem das ruas”. Os bispos manifestaram apoio desde que as manifestações sejam pacíficas.
Na nota, os bispos afirmam “que nada justifica a violência, a destruição do patrimônio público e privado, o desrespeito e a agressão a pessoas e instituições, o cerceamento à liberdade de ir e vir, de pensar e agir diferente, que devem ser repudiados com veemência”. Os bispos acreditam que as mobilizações questionam a todos nós e “atestam que não é possível mais viver num país com tanta desigualdade”.
A Nota do Conselho Permanente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil acha justas e necessárias as reivindicações de políticas públicas para todos. Eles percebem as manifestações como um grito contra “a corrupção, a impunidade e a falta de transparência na gestão pública”. A nota não omitiu denunciar também a violência contra a juventude. Uma das linhas que chamam atenção na carta dos bispos é a seguinte: “As manifestações destes dias mostram que os brasileiros não estão dormindo em berço esplêndido”.
Outra afirmação dos bispos na nota que chama atenção é quando eles afirmam que: “Numa sociedade em que as pessoas têm o seu direito negado sobre a condução da própria vida, a presença do povo nas ruas testemunha que é na prática de valores como a solidariedade e o serviço gratuito ao outro que encontramos o sentido de existir”. O documento termina com a frase: “Que o clamor do povo seja ouvido!”.
Em entrevista concedida à Rádio Vaticano, segunda-feira passada, o secretário geral da CNBB, dom Leonardo Steiner também falou sobre as manifestações populares que têm ocorrido em todo o Brasil. O bispo disse: “A situação é cada vez mais tranquila, calma, pois começam a se distinguir as manifestações pacíficas das violentas, e os próprios movimentos começam a insistir para que não haja violência”. Deu um exemplo disso dizendo: “Quando começam o vandalismo e a violência, eles convidam todos a se sentar na rua, ou mesmo insistir para que ninguém vá encapuçado, ou com o rosto escondido”.
Na mesma entrevista na Rádio Vaticano, dom Leonardo fez questão de reafirmar que as manifestações não afetarão a programação elaborada para à Jornada Mundial da Juventude, para o Encontro com sua Santidade, o papa Francisco, marcada para os dias 22 a 28 de julho de 2013.
Brendan Coleman Mc Donald é padre da Congregação Redentorista e assessor da CNBB Regional NE 1
Publicado In: O Povo, de 7/7/13. Caderno Espiritualidade.
Nota do Blog: Há um texto de nossa autoria, aguardando publicação no Boletim da Sociedade Médica São Lucas, que será oportunamente postado neste blog.
Marcelo Gurgel

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