Elza nasceu em Senador Pompeu, em
25/06/1929, onde permaneceu até os oito anos de idade, sob a custódia dos avós
maternos, José (Tristão) Gurgel do Amaral e Maria Gurgel Valente,
enquanto os seus pais se esforçavam para ter uma maior estabilidade, quando,
então, conseguiu reunir toda a família em Fortaleza. Fez as
suas primeiras letras e o primeiro ano do Primário com a Profa. Zenith, no
sítio Catolé, em
Senador Pompeu, local em que vivera durante boa parte de sua
infância.
Em Fortaleza, ela continuou seus estudos,
concluindo o Curso Primário no Grupo Escolar Presidente Roosevelt, uma escola
pública. Ao término do Primário, seu pai, percebendo que o ensino, recebido
pela filha, até então, estava aquém do desejável, para superar à barreira do
Exame Admissional, matriculou-a no Instituto Padre Anchieta, para ter aulas de
reforço, e, com isso, preparar-se para enfrentar o exame aludido, do qual se
saiu plenamente vitoriosa. Ingressou no Ginásio Santa Isabel, estabelecimento
de ensino mantido por freiras, e, mesmo tendo ganho uma bolsa de estudos, por
interferência direta do Frei Teodoro, não chegou a completar o Ginásio, à conta
de problemas de saúde, que a levaram a repetir o ano escolar, em duas
oportunidades.
Como a família residia no bairro Otávio
Bonfim, havia um intenso engajamento de todos nas atividades pastorais e
sociais da Igreja Nossa Senhora das Dores. Desse modo, Elza começou na
Cruzadinha, depois passou para o Apostolado, que cuidava das crianças menores,
e, ao final da adolescência, tomou parte na Guarda de Honra feminina. Por
possuir uma bela voz, foi membro do Coral Santa Cecília, que acompanhava os
principais eventos litúrgicos e festivos dessa igreja. Quando o coral encerrou
as suas atividades, Elza entrou para o Grupo de Evangelização Nossa Senhora do
Perpétuo Socorro, assumindo a função de catequista, por ela exercida durante
muitos anos. Também foi ativa participante da Ordem Terceira franciscana,
seguindo o exemplo dos seus pais.
Após o término do terceiro ano do Ginásio,
manteve-se em casa, ajudando a mãe nos afazeres domésticos e na educação dos
filhos menores. Com o casamento da Elma, a irmã caçula, em 1954, ela foi
convidada a ocupar o posto de trabalho dessa irmã na Siqueira Gurgel, contratada
como escriturária, função que exerceu, de modo operante, por quase 30 anos,
sendo obrigada a largar o emprego devido ao quadro de artrite psoriática, que
produziu uma invalidez progressiva, determinando a sua aposentadoria pela
Previdência Social. Apesar de suas limitações físicas, ainda seguiu, durante
vários anos, com o ofício voluntário da catequese, acolhendo, em sua moradia,
crianças do bairro, para preparação à Primeira Eucaristia.
Tia Elza permaneceu inupta e reservou a sua
afeição aos sobrinhos, aos quais regalava, em seus aniversários, com singelas
lembranças, a despeito do pequeno salário que percebia na empresa em que
trabalhava.
Viveu com a mãe, Dona Almerinda, até o
falecimento desta, em 1994, aos 96 anos de idade. A partir daí, com o agravamento
de sua deficiência física, levando a sucessivas intervenções cirúrgicas, ficou
a morar apenas com uma cuidadora, recebendo, no entanto, assistência material e
apoio humano de seus irmãos e de alguns dos sobrinhos.
Mesmo com tanta restrição física, conservou
um espírito superior, demonstrando resignação diante do infortúnio, e um
excepcional otimismo, em relação à vida, crente de que o avanço da enfermidade
seria detido, e de que dias melhores ainda viriam para ela.
Faleceu aos 84 anos, em Fortaleza, em 17 de
agosto de 2013, como conseqüência de complicações que se somaram ao seu estado
de invalidez, fonte de intenso sofrimento que a afligiu por quase três décadas,
demonstrando a conformação própria de quem cultivou a espiritualidade como
prática de vida cristã.
Marcelo Gurgel
Carlos da Silva
Sobrinho de Elza
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