Os nazistas impediam as crianças e os adolescentes
de brincar ou frequentar os parques públicos. Dessa forma, converteram o
cemitério em um lugar para jogos e espaço de liberdade”, conta. Dita
parou no bloco 31 do campo de Auschwitz por equívoco, pois os internos desse
local deveriam ter no máximo 13 anos. Ela, já com 14, passou a cuidar de todos.
Ao chegar, o líder do grupo, Alfred (Fredy) Hirsch (1916-1944), ofereceu a ela
o cargo de bibliotecária. Cabia à garota
controlar o empréstimo de livros aos professores do pavilhão, além de reunir e
esconder todas as obras nas inspeções diárias para que não chegassem às mãos
dos oficiais nazistas. “Fredy Hirsch é um personagem que ainda não ganhou a
importância histórica devida”, afirma Iturbe. Hirsch suicidou-se em Auschwitz
em condições suspeitas. Mesmo quase 70 anos depois da guerra, histórias como as
de Dita são lições de resistência. “A vida dela é como uma janela de esperança
porque, nessas situações-limite, vemos como surge o pior e o melhor da condição
humana”, diz o autor.
Fonte: Isto É, Nº 23343, de
20/8/2014. p.102-3.
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