domingo, 15 de março de 2015

O ano sabático. Bons ventos para (re)pensar a carreira



Por Camila Juliana, Da Redação
Profissionais tiram aproximadamente um ano de licença de suas atividades para executar projetos pessoais
A expressão “ano sabático”, tem origem na palavra hebraica shabat que significa parar, cessar. Na tradição judaica o termo sabat significa “parar de trabalhar” ou ainda “período de descanso”. Esse dia ocorre entre o pôr do sol da sexta-feira até o pôr do sol do sábado, período em que os judeus se dedicam ao descanso religioso e não realizam nenhum tipo de atividade física. No judaísmo, além do sétimo dia da semana, destinado ao descanso, no sétimo ano do ciclo de sete anos da agricultura ordenada pela Torá para o povo de Israel, os judeus ficavam um ano inteiro sem trabalhar.
Esse “ano sabático”, tinha também o objetivo de permitir o descanso da terra, assim como para auxiliar os trabalhadores a estarem mais dispostos para o cultivo, depois de seis anos de colheita contínua. O mundo empresarial e o acadêmico assimilaram a expressão “ano sabático”, e hoje é frequente que os profissionais tirem aproximadamente um ano de licença de suas atividades para executar projetos pessoais, se distanciar da rotina e repensar vida e carreira.
Neste período que muitos buscam experiências internacionais, por vezes em locais de difícil acesso, para que certa meditação seja possível. Em âmbito empresarial, essa permissão normalmente é concedida para os executivos de altos escalões. A concessão pode ou não ser remunerada. O período sabático não é uma obrigatoriedade legal que está na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Assim, podemos pensar que se trata de um investimento da organização no seu trabalhador, que pode propiciar um engajamento maior, aumentando a produtividade e criatividade.
Na perspectiva do trabalhador é recomendável que uma programação de médio ou longo prazo seja estabelecida antes do período sabático. Organizar a vida familiar, social e financeira são alguns dos pontos fundamentais para que efetivamente se possa descansar e repensar nas escolhas feitas. Fique atento se sua empresa é receptiva. Se for, tente montar um projeto. Aponte justificativas, resultados esperados (qualitativos e quantitativos) e como tudo isso pode se relacionar com o negócio principal da empresa. Depois, é curtir o momento e extrair experiências que dificilmente seriam possíveis dentro dos limites do território organizacional.
Fonte: O Estado de São Paulo, 19/10/2014.

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