Por Affonso Taboza (*)
Dilma fracassou estrondosamente. Sua retirada
imediata é o começo da solução.
Não dá pra
contemporizar, Dilma deve sair. Totalmente desacreditada, não tem condições de
liderar um processo de recuperação do país que ela afundou. Nem sobre o PT, o
seu partido, ela tem ascendência. Para o bem do país doente, o tumor tem de ser
extirpado logo.
A saída menos
traumática é o impeachment: o
vice-presidente assume de imediato para concluir o mandato. Melhor que a
cassação da chapa pelo TSE, que requer eleições para o presidente-tampão –
processo demorado e desgastante para um mandato curtíssimo.
Impeachment é um processo político, embora
assentado em bases jurídicas. Por isso, é de responsabilidade do Congresso.
Mestres consagrados do direito afirmam que há sobejas razões que o justificam,
inclusive crimes de responsabilidade, bem caracterizados nas pedaladas fiscais
e na criação, sem autorização do Congresso, de gastos não previstos na Lei de Diretrizes
Orçamentárias. Mas as razões jurídicas são apenas o estopim. O explosivo é a
revolta popular contra o descalabro. Os baixíssimos índices de aprovação da
presidente e as manifestações nas ruas e nas redes sociais evidenciam que o
povo não a quer mais no governo.
Compreende-se a
preocupação de alguns por estar o processo nas mãos de parlamentares
investigados por corrupção, na Câmara e no Senado. É uma infelicidade entre
tantas que nos castigam no momento, mas a atuação desses agentes é temporária. Ao
presidente da Câmara, cumpre aceitar o pedido de impeachment, e isso já foi
feito. O resto depende dos deputados, embora seja inegável a influência de
Cunha. O mesmo se diga do Senado cujo presidente, também chamuscado, manobra
conforme o vento dos seus interesses pessoais momentâneos. Desesperada, dona
Dilma “faz e fará o diabo” pra se manter no poder. A má qualidade dos nossos
políticos, máxime dos presidentes das duas casas, no entanto, não será pretexto
para deixarmos as coisas como estão.
Temer não será o
presidente dos nossos sonhos. Mas é o que temos, e certamente melhor que a
atual mandatária. No mínimo mudará o humor da Nação, e isso não é pouco. Como o
impeachment não sairá antes de junho, seu mandato durará, no máximo, dois anos
e meio, tempo curto, mas suficiente pra dar novo rumo ao País, se tiver
determinação e apoio político. Lembremos de Itamar: começou desacreditado, mas
seu curto mandato foi o início de uma era virtuosa em nossa economia.
Dilma fracassou
estrondosamente. Sua retirada imediata é o começo da solução. Ela é a pedra no
caminho. Tem que sair da frente.
(*) Membro efetivo do Instituto do Ceará –
Histórico, Geográfico e Antropológico.
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