Márcia Alcântara
Holanda (*)
Excelentíssimos senhores governador,
prefeito, senadores, deputados federais, deputados estaduais, vereadores,
secretários de Saúde estadual e municipal do Ceará e de Fortaleza, os saúdo com
toda a reverência que o cargo de Vossas Excelências merecem.
O objetivo dessa missiva é solicitar de Suas
Excelências uma posição política a respeito do relato a seguir: nos dias 3 e 7
de maio de 2016 comemoramos em Fortaleza o Dia Mundial da Asma. Acreditem,
Excelências: nossa Cidade até 2013 ocupava o penúltimo lugar entre as cidades
brasileiras em termos de controle da asma. Hoje é a quinta com a asma mais bem
controlada do País.
Isso foi o que comemoramos. O feito ocorreu em
apenas três anos de reativação espontânea por parte da Secretaria Municipal da
Saúde (SMS), da Comissão de Asma da Sociedade Cearense de Pneumologia e Cirurgia
Torácica (COAS-SCPT) e do Programa da Atenção Integral à Criança e Adulto com
Asma de Fortaleza (Proaica).
Conduzido desde sua criação, em 1996, por um grupo
voluntário de profissionais de saúde, o Proaica reduziu em 58,63% as
internações e em 51,72% os óbitos pela doença em nossa Capital, nesses três
últimos anos (DataSUS 2016).
Sua filosofia prega a disseminação do conhecimento,
habilidades e informações científicas sobre o manejo da asma, objetivando o
controle, que o levam ao êxito, porque todos os pacientes asmáticos têm acesso
a um atendimento apropriado nas unidades de saúde da atenção primária.
Favorecer o diagnóstico correto, tratamento adequado, educação conscientizadora
sobre a doença e seu controle é o que o Proaica faz, em parte, pretendendo
fazê-lo por completo.
Essas ações serão capazes de controlar as crises de
asma de 95% dos asmáticos da Cidade.
O investimento da SMS nesse sentido restringiu-se
apenas a cinco blocos de capacitação em asma, ficando o financiamento do
desenho do Programa, sua aplicação prática e uma “mega” capacitação a cargo da
COAS-SCPT.
Esse é um programa revolucionário, porque não
necessita de excepcionalidades, mas do essencial para o seu funcionamento.
Nossa equipe é de mais de mil membros, que, uma vez capacitados e bem
informados, mantêm o Programa ativo, pelo menos por enquanto.
Essa missiva apresenta resultados estatísticos
formidáveis (DataSUS2016), porém ainda de origem empírica, precisando serem
referendados pela ciência. Por isso se fazem necessários: 1- Sua
institucionalização; 2- Avaliação de massa crítica capaz de mantê-lo vivo e
ativo, pelo tempo preciso; 3- Investimentos na estrutura e função do Programa.
Para tanto, necessita-se de um posicionamento
político de Vossas Excelências a fim de se efetivarem os encaminhamentos acima
apresentados. Não se pode perder o que já se ganhou, devendo-se aumentar mais
esses ganhos, até alcançarmos “morte zero”, por causa de asma, vida produtiva e
livre de crises sôfregas e asfixiantes para os asmáticos de nossa Cidade.
(*) Médica pneumologista; membro da Academia Cearense de Medicina.
Fonte: Publicado In: O Povo, de 25/5/2016. Opinião. p.10.
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