Jerffeson Teixeira de Souza (*)
Cabe estarmos ativamente presentes,
sempre, colaborando de forma efetiva em todo o processo de criação
Num contexto social de injustiça,
violência, intolerância de todo sorte, educar filhos tem se tornado tarefa para
super-herói, o que felizmente nós, pais - e mães -, somos.
Não imagino existir atividade mais
desafiadora, e ao mesmo tempo tão recompensadora, diante da imensa carga
emocional que a envolve, e dos reais impactos que ela gera na vida futura dos
filhos.
Educar exige o pleno e ininterrupto
exercício da paciência, da sabedoria, da coerência, da resiliência, da
tolerância, da justiça, e de muitas outras virtudes humanas.
Nesse processo, no entanto, me
preocupa sobremaneira o regime modernista de desresponsabilização da
paternidade em um perigoso sistema de terceirização da educação, em que se
busca transferir à escola a intransferível tarefa de educar, entendida aqui não
somente como processo de formação intelectual (esse, sim, papel predominantemente
da escola) e social, mas aquele também, fundamentalmente, relacionado às
formações emocional e moral da personalidade da criança. Essa última que, mesmo
impressa na consciência de todos, precisa ser cultivada desde cedo.
Assim,
aos pais cabe nutrir o ambiente familiar de valorização e exercício de valores
morais e éticos, com reconhecimento das virtudes de caráter das outras pessoas,
aberto à livre expressão e discussão sobre as emoções dos filhos e dos outros,
estimulando o desenvolvimento de competências emocionais como autoconsciência,
autocontrole e empatia, e com imposição de limites e regras.
Especialmente
a nós, papais, cabe, primeiramente, estarmos ativamente presentes, sempre,
colaborando de forma efetiva em todo o processo de criação, nos libertando da
antiquada postura de repressor ou de simples provedor, educando com firmeza e
amor, servindo de exemplo como cidadão, como profissional, como homem.
No dia
de hoje, mais do que sermos parabenizados ou presenteados, aproveitemos para
agradecer aos nossos filhos por nos permitirem nascer e viver novamente, pelo
amor incondicional, por nos mostrarem o que realmente importa, por nos tornarem
homens melhores, por nos oportunizarem alcançar plenitude em nossas vidas.
Filhas,
amo vocês!
Pai da Iasmim (de 5 anos) e da Isabela (de 2 meses);
professor adjunto da Uece.
Fonte: O Povo, de 13/08/2016, Opinião
p.11.
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