domingo, 14 de agosto de 2016

A função do pai e a gratidão aos filhos


Jerffeson Teixeira de Souza (*)
Cabe estarmos ativamente presentes, sempre, colaborando de forma efetiva em todo o processo de criação
Num contexto social de injustiça, violência, intolerância de todo sorte, educar filhos tem se tornado tarefa para super-herói, o que felizmente nós, pais - e mães -, somos.
Não imagino existir atividade mais desafiadora, e ao mesmo tempo tão recompensadora, diante da imensa carga emocional que a envolve, e dos reais impactos que ela gera na vida futura dos filhos.
Educar exige o pleno e ininterrupto exercício da paciência, da sabedoria, da coerência, da resiliência, da tolerância, da justiça, e de muitas outras virtudes humanas.
Nesse processo, no entanto, me preocupa sobremaneira o regime modernista de desresponsabilização da paternidade em um perigoso sistema de terceirização da educação, em que se busca transferir à escola a intransferível tarefa de educar, entendida aqui não somente como processo de formação intelectual (esse, sim, papel predominantemente da escola) e social, mas aquele também, fundamentalmente, relacionado às formações emocional e moral da personalidade da criança. Essa última que, mesmo impressa na consciência de todos, precisa ser cultivada desde cedo.
Assim, aos pais cabe nutrir o ambiente familiar de valorização e exercício de valores morais e éticos, com reconhecimento das virtudes de caráter das outras pessoas, aberto à livre expressão e discussão sobre as emoções dos filhos e dos outros, estimulando o desenvolvimento de competências emocionais como autoconsciência, autocontrole e empatia, e com imposição de limites e regras.
Especialmente a nós, papais, cabe, primeiramente, estarmos ativamente presentes, sempre, colaborando de forma efetiva em todo o processo de criação, nos libertando da antiquada postura de repressor ou de simples provedor, educando com firmeza e amor, servindo de exemplo como cidadão, como profissional, como homem.
No dia de hoje, mais do que sermos parabenizados ou presenteados, aproveitemos para agradecer aos nossos filhos por nos permitirem nascer e viver novamente, pelo amor incondicional, por nos mostrarem o que realmente importa, por nos tornarem homens melhores, por nos oportunizarem alcançar plenitude em nossas vidas.
Filhas, amo vocês!
Pai da Iasmim (de 5 anos) e da Isabela (de 2 meses); professor adjunto da Uece.
Fonte: O Povo, de 13/08/2016, Opinião p.11.

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