Por Pe. Reginaldo Manzotti (*)
O mês de novembro é
rico em festas litúrgicas que nos fazem pensar sobre o sentido de nossa
caminhada de fé. Começamos com a solenidade de Todos os Santos, lembrando-nos
de que somos chamados a ser santo, como nosso Pai é santo. Logo a seguir,
celebramos a Festa da Esperança. Nela refletimos a finitude da vida humana e a
recompensa eterna para aqueles que creem em Jesus e na sua ressurreição
gloriosa. Finalmente, encerrando o ano litúrgico, celebramos a solenidade de
Cristo Rei. Esta festa é uma das mais importantes do calendário litúrgico e tem
o sentido escatológico, pois celebramos Jesus Cristo como Rei e Senhor de todo
o universo.
Hoje, vivemos a
democracia. Os reis que ainda restam não têm força, são figurativos. Mas
lembremos que já houve época em que um rei era o soberano e tinha nas mãos o
direito sobre a vida de seus súditos, como, por exemplo, o império da Babilônia
com Nabucodonosor, que dominou toda uma região.
Também, no império
romano, os césares dominaram o mundo, tão grande era o poder de um imperador.
Esta festa é para
colocar Jesus acima de todos os imperadores, que já existiram.
Numa linguagem
atualizada é dizer que Nosso Senhor Jesus Cristo é maior que qualquer autoridade
no mundo civil. Portanto, para nós tem que ser maior que todos os valores que
podem nos fazer perder o horizonte da eternidade.
Perdemos esse
referencial se não colocamos Jesus no topo de nossa vida como o soberano, como
o Senhor a quem servimos.
Se não for assim,
justificam-se a corrupção e a injustiça. Se Jesus não fosse Aquele que está
acima de todo bem temporal, de toda força política e toda força do mal,
justificar-se-iam a riqueza e a pobreza desnivelada, a mentira, a morte, o
fingimento e tudo o que há de errado. Então, para que lutar?
Seríamos estúpidos
em levar uma vida de sofrimento e resignação se Ele não fosse o Senhor. De
fato, Jesus é o Rei do Universo e, mesmo antes de tudo ser criado, Ele já
existia e, quando tudo terminar, Ele ainda existirá. Ele é o Alfa e o Ômega, o
Primeiro e o Último, o Começo e o Fim (cf. Ap 22,13).
Jesus, Rei do
Universo, tem o mundo em suas mãos, mas o ser humano nas suas opções, por não
acreditar no Reino, não está cuidando bem desse mundo. Ele nos deu para que o
administrássemos e não estamos fazendo isso bem. Se cada um de nós mudássemos
nossas consciências, nossa forma de ver as coisas e de agir, mudaríamos o
mundo.
(*) Fundador e presidente da
Associação Evangelizar é Preciso e pároco reitor do Santuário Nossa Senhora de
Guadalupe, em Curitiba (PR).
Fonte: O Povo, de 7/11/2016.
Espiritualidade/Fé. p.23.
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