Por Rosana Romão
Vera Araújo, de 44
anos, passou nove horas dentro de um caixão para realizar sonho.
A dona de casa Vera Araújo, que sonhava em ser
velada como defunta ainda viva, decidiu aproveitar um pouco mais a
experiência nesta quinta-feira (3/11/16). Em entrevista ao Tribuna do Ceará,
de dentro do caixão, Vera disse que “se sente muito bem” na caixa de madeira e
revelou as brincadeiras com as crianças curiosas durante sua experiência. A
realização do sonho da dona de casa, que mora em Camocim, no Interior do Ceará,
aconteceu no Dia de Finados, com a ajuda de uma funerária, e repercutiu em todo
o Brasil.
A fama nacional não inibiu Vera
Araújo que, nesta quinta-feira (3/11), voltou à funerária e, com muito bom
humor, entrou no caixão novamente. O desejo era de longa data, cerca de
14 anos. Antes, já era conhecida por acompanhar velórios, mesmo sem conhecer o
defunto.
Durante toda a entrevista ao Tribuna
do Ceará, Vera falou de dentro do caixão.
“Eu
gosto de velório, de pegar, ajudar a levar o caixão. Sempre quis saber como era
(estar dentro), há 14 anos eu tinha esse sonho. Até que falei com o dono da
funerária, que queria fazer como um teatro no Dia de Finados. Ele perguntou
se eu tinha coragem, e eu fui”, relembra
Vera Araújo.
9 horas dentro do caixão
Ela ficou de 8h às 17h da
quarta-feira (2/11) dentro do caixão, sem sair nem para ir ao banheiro. O
velório aconteceu na Funerária Plasfran e no Cemitério Jardim Eterno,
localizados no centro de Camocim, no Ceará. Vera preferiu não se alimentar e
tomou apenas água de coco e chá. “Eu me
senti tão bem dentro do caixão”, brinca.
Ela conta que estava confortável e
que parecia estar na sua própria cama, dormindo por três vezes. “Eu fingia que estava morta mesmo. Tinha hora que eu falava com as pessoas, tirei foto com
um monte de gente, mas, na maior parte do tempo, era como morta. Tinham
crianças que chegavam perto, curiosas, e, de repente, eu abria os olhos. Elas
se assustavam, mas depois começaram a rir. Até peguei na mão de algumas”, completa.
Vera é bastante conhecida em
Camocim, principalmente na região onde mora, na Praia do Maceió. Tanto pela
vontade de estar perto dos mortos quanto por ter trabalhado por vários anos
como mototaxista.
“Eu
gosto de conversar, de tirar brincadeira, então todo mundo me conhece. Aqui
eles me chamam de prima Vera, como se eu fosse da família”, explica.
Repercussão
com os filhos
A fama, que levou seu nome para várias
partes do Brasil, chegou até o filho Leandro, de 26 anos, que reside em São
Paulo. Ele se irritou com alguns comentários que tratavam Vera de forma
negativa.
Ele apoia a mãe em tudo, e nesse
momento não seria diferente. Enviou um áudio para o grupo da família no
Whatsapp a defendendo. Já o filho mais novo, Carlos, de 17 anos, disse que
estava com medo das brincadeiras que ouviria na escola e cogitou omitir que
Vera era sua mãe.
“Eu
disse pra ele deixar de ser besta e dizer que é meu filho sim. Não tem porque
sentir vergonha, porque eu que quis, e não ele”,
ri. Apesar das brincadeiras, ela diz que acompanha velórios desde os 15 anos,
porque se sente bem nesses locais.
Algumas pessoas disseram que ela
está desafiando Deus, mas Vera discorda. “Eu
não tenho medo da morte, não. Deus me criou e ele sabe quando vai levar.
Qualquer hora a morte pode vir. Minha mãe já paga o plano funerário, então tá
tudo certo”, conclui.
Fonte: Tribuna do Ceará, 3/11/2016.
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