Por Marcelo Gurgel
Carlos da Silva
Em meados dos anos 1970, época carente de
meios de comunicação à distância, dispor de telefone, ou mesmo de ramais
internos, era uma raridade. O sistema de telefonia era monopólio estatal e o
próprio Centro de Ciências da Saúde da UFC ressentia-se da falta de aparelhos
para uso em suas unidades departamentais e hospitalares.
Como também não tinha secretária a seu
serviço, Luiz Recamonde Capelo desenvolveu um método bem peculiar para ser
achado mais facilmente por quem o procurasse, afinal demonstrava apreço em ser
localizado, porquanto a solicitude lhe era algo muito caro.
Para isso, engenhosamente, criou uma
tabuleta intitulada: Onde está o Capelo?, que era afixada à porta do seu
gabinete do Departamento de Fisiologia e Farmacologia. Era um dispositivo
dotado de espaço para acolher um cartão noticiando o paradeiro do mesmo. Havia
uma variedade de explicações: Estou no Laboratório! Fui à Reitoria! Estou na
Biblioteca! Estou na reunião do Conselho Departamental do CCS! etc. Esses
cartões, já previamente elaborados, podiam ser complementados com informações
adicionais, sobre o tempo de retorno, do tipo: Volto logo! Retorno em meia
hora! Somente regresso à tarde! E assim por diante.
Fonte:
SILVA, M.G.C. da. Onde está
o Capelo? In: SOBRAMES – CEARÁ. Semeando cultura. Fortaleza:
Sobrames-CE/Expressão, 2016. 320p. p.232.
* Publicado,
originalmente, In: SILVA, M.G.C. da. Contando Causos: de médicos
e de mestres. Fortaleza: Expressão, 2011.112p. p.75-80.
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