Por Luiz Gonzaga Fonseca Mota (*)
A dignidade da pessoa humana, direito fundamental dos cidadãos e
cidadãs, representa a base da ordem social, política e econômica. Como
consequência surgem os conceitos de justiça, evidenciando a igualdade de
oportunidades e de democracia, ressaltando a noção de liberdade. Por outro
lado, nos dias atuais, o conceito de minoria aceito pela ONU precisa ser
revisto. Quando foi concebido, os grupos de pessoas com características
étnicas, linguísticas ou religiosas, em muitos países, eram e ainda são
discriminados e vítimas do preconceito. No entanto, a esses grupos juntaram-se,
principalmente, os excluídos. Portanto, o que era minoria transformou-se em
maioria, em decorrência, em grande parte, de políticas públicas inadequadas
adotadas por governos de diferentes ideologias. As minorias de hoje são
representadas pelas elites políticas e econômicas, detentoras do poder. As
maiorias, por sua vez, pelos deserdados. Dessa forma, a ação política e
administrativa dos países deve ser conduzida por um planejamento objetivo,
global e atento ao princípio da solidariedade humana, sob pena de não sabermos
onde chegaremos. Convém esclarecer que a relação entre os povos deve ser
realizada enfatizando-se os aspectos políticos e culturais e não apenas os
econômicos e financeiros, com vistas a se alcançar uma solidariedade universal,
ou seja, a paz. Ademais as ações econômico-financeiras devem ter por objetivos,
de um lado, proporcionar condições para a superação dos desníveis sociais e, de
outro, permitir o surgimento de fatores capazes de democratizar o uso das
riquezas, mediante uma melhor distribuição de renda.
(*) Economista. Professor aposentado da UFC. Ex-governador do
Ceará.
Fonte: Diário do Nordeste,
Ideias. 25/08/2016.
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