terça-feira, 3 de janeiro de 2017

ESTORVO


Por Luiz Gonzaga Fonseca Mota (*)
Quando um barco navega em águas agitadas e ameaça afundar, a tripulação desfaz-se do que pode. Até mesmo dos peixes, resultado de um trabalho árduo, caso seja uma embarcação de pesca. Com base nesta resumida referência, pode-se dizer que estorvo (substantivo masculino) é tudo aquilo que impede, atrapalha a concretização de algo, cria dificuldades, etc. Pode ocorrer nos campos existencial, moral, profissional, político e em vários outros. A reação racional e coerente dos pescadores nos mostra que o importante é a vida. O extinto de sobrevivência. Ademais, não só por palavras, mas também mediante atitudes podemos alcançar objetivos individuais e coletivos importantes. Muitas vezes, o sofrimento pode ser didático: ensina-nos a evitar as quedas e a valorizar a vida. Devemos procurar desfazer-se do que é estorvo. Sentimentos como a inveja, o ódio, a vaidade, a ganância, dentre outros, podem nos conduzir para um estado de depressão aguda, causando prejuízos, alguns irreparáveis, para todos. As emoções das pessoas e da sociedade podem ser afetadas de uma forma cruel por decisões ambiciosas e corruptas tomadas voluntária, ou mesmo involuntariamente, sem a cautela da generosidade, da solidariedade e do respeito ao próximo. Existem dois remédios eficazes para combater as más ações, os pensamentos negativos e os desvios morais e éticos: o amor e o trabalho sério. Assim, com certeza, superamos os erros e as ofensas e conquistamos resultados positivos. Enfim, “Lembra de Deus em tudo o que fizer, e Ele lhe mostrará o caminho certo”. (Provérbios 3.6).
(*) Economista. Professor aposentado da UFC. Ex-governador do Ceará.
Fonte: Diário do Nordeste, Ideias. 19/08/2016.

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