Por Luiz Gonzaga Fonseca Mota (*)
Nos dias 6 e 12 do
corrente mês, lembramos, respectivamente, do centenário de nascimento e do
trágico falecimento (24 anos) do Dr. Ulysses Guimarães. A História mostra que o perfil de Ulysses é o perfil do Brasil
democrático, das liberdades e da justiça. A integridade pessoal, a coerência
política, a coragem cívica, a decisão firme e a obstinada tenacidade na
construção de uma Nação maior foram os elementos utilizados para compor, aos
olhos dos brasileiros, a figura do gigante que se alteia sobre os outeiros da
Pátria. O “Senhor Diretas”, como era chamado, não conseguiu, num
primeiro momento, iniciar o processo de redemocratização em razão da rejeição
da Emenda Constitucional Dante de Oliveira. Em seguida, numa aliança feita com
pessoas dissidentes do regime vigente e coordenadas pelo então vice-presidente
da República, Aureliano Chaves, Ulysses foi a liderança principal na eleição de
Tancredo Neves. Logo depois presidiu a Assembleia Nacional Constituinte,
criando uma nova ordem para o Brasil. Não podemos, pois, deixar de homenagear e
lembrar, em virtude de suas ideias e do seu grande sentimento de “brasilidade”,
o maior líder do Brasil do início dos anos 50 (século XX) até hoje. Nossos
jovens precisam conhecer a verdadeira História contemporânea deste querido
País. Por tudo isso, quando observamos e analisamos o momento atual da nossa
Pátria, ficamos perplexos com a corrupção financeira e de ideias, com a falta
de espírito público, de desprendimento, enfim com a ausência de amor ao Brasil.
Sem dúvida, como seria importante se tivéssemos um Ulysses Guimarães. Está
fazendo falta!
(*) Economista. Professor aposentado da UFC. Ex-governador do
Ceará.
Fonte: Diário
do Nordeste, Ideias. 14/10/2016.
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