sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

ELE FAZ FALTA


Por Luiz Gonzaga Fonseca Mota (*)
Nos dias 6 e 12 do corrente mês, lembramos, respectivamente, do centenário de nascimento e do trágico falecimento (24 anos) do Dr. Ulysses Guimarães. A História mostra que o perfil de Ulysses é o perfil do Brasil democrático, das liberdades e da justiça. A integridade pessoal, a coerência política, a coragem cívica, a decisão firme e a obstinada tenacidade na construção de uma Nação maior foram os elementos utilizados para compor, aos olhos dos brasileiros, a figura do gigante que se alteia sobre os outeiros da Pátria. O “Senhor Diretas”, como era chamado, não conseguiu, num primeiro momento, iniciar o processo de redemocratização em razão da rejeição da Emenda Constitucional Dante de Oliveira. Em seguida, numa aliança feita com pessoas dissidentes do regime vigente e coordenadas pelo então vice-presidente da República, Aureliano Chaves, Ulysses foi a liderança principal na eleição de Tancredo Neves. Logo depois presidiu a Assembleia Nacional Constituinte, criando uma nova ordem para o Brasil. Não podemos, pois, deixar de homenagear e lembrar, em virtude de suas ideias e do seu grande sentimento de “brasilidade”, o maior líder do Brasil do início dos anos 50 (século XX) até hoje. Nossos jovens precisam conhecer a verdadeira História contemporânea deste querido País. Por tudo isso, quando observamos e analisamos o momento atual da nossa Pátria, ficamos perplexos com a corrupção financeira e de ideias, com a falta de espírito público, de desprendimento, enfim com a ausência de amor ao Brasil. Sem dúvida, como seria importante se tivéssemos um Ulysses Guimarães. Está fazendo falta!
(*) Economista. Professor aposentado da UFC. Ex-governador do Ceará.
Fonte: Diário do Nordeste, Ideias. 14/10/2016.

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