Por Mansueto Almeida (*)
Uma empresa para ser competitiva precisa, além de uma boa gestão, de economistas que ajudem na estratégia de financiamento
Há
hoje um grande debate sobre o futuro do nosso País. O Brasil, que sempre foi um
país jovem até 2000, vem passando por um rápido processo de envelhecimento. A
proporção de pessoas com 65 anos ou mais de idade em relação à população de 15
a 64 anos passará de 14%, em 2017, para 48% em 2060.
Em pouco mais de 40 anos, o Brasil será um país com
estrutura demográfica semelhante ao Japão de hoje, um dos países com maior
proporção de pessoas idosas do mundo.
O que acontecerá com a despesa pública ao longo desse
rápido processo de mudança demográfica? O que precisamos fazer para evitar uma
queda do crescimento econômico potencial?
As respostas a essas e outras perguntas são exemplos de
desafios para um economista seja do setor público, seja do privado. No setor
público, o papel de um economista nem sempre é tomar decisão, mas, sim,
explicar os dilemas decorrentes de escolhas difíceis.
Por exemplo, se não fizermos uma reforma da Previdência,
o Brasil gastará mais de 20% do seu PIB, em 2060, apenas para pagar
aposentadorias e pensões. Isso exigirá um forte aumento da carga tributária e,
ainda assim, faltarão recursos públicos para possibilitar a expansão da saúde
pública.
Não menos importante é o papel de um economista no setor
privado. Uma empresa para ser competitiva precisa, além de uma boa gestão, de
economistas que ajudem na estratégia de financiamento, na gestão do caixa e na
estratégia de crescimento frente a diversos cenários incertos.
Um bom economista ajuda empresas a tomarem decisões
corretas frente a um futuro incerto, e o sucesso de um economista em uma empresa
privada aparecerá na geração de empregos, no lucro e também na arrecadação de
impostos, que será essencial como fonte de recursos para diversos programas de
políticas públicas.
Sem dúvida, a principal tarefa do economista, seja no
setor público, seja no privado, é mostrar o melhor uso de recursos escassos, um
desafio importante ainda mais em um país como o Brasil, com carga tributária de
32,5% do PIB - uma carga elevada para o nosso nível de desenvolvimento.
Desejo aos economistas um feliz 13 de agosto, o dia do
economista. Que essa data sirva para que todos nós façamos uma profunda
reflexão de como podemos contribuir para que todos entendam os desafios das
reformas que este País terá de fazer, pois apenas com o apoio da população
conseguiremos aprovar as reformas econômicas necessárias para construir as
bases do crescimento sustentável que economistas e não economistas desejam.
(*)
Economista, mestre em Economia e
secretário de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda.
Fonte: O Povo, de 12/08/2017. Opinião.
p.11.
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