O desenvolvimento é fruto, necessariamente, da
intervenção planejada na realidade. Daí, tem-se de buscar na história, a
ciência do tempo e da mudança, o material básico para se entender essa
realidade, a fim de orientar, de forma consciente e consistente, as ações em
prol do desenvolvimento.
Nesse sentido, auspiciosa foi a decisão do Instituto do
Ceará – IC de retomar o Plano Pompeu Sobrinho, estruturado em 1941 com 26
monografias a serem elaboradas pelos consócios: sete dedicadas a introdução
geral; panorama físico e social; pré-história, proto-história e história nos
períodos colonial, monárquico e republicano. As 19 restantes tratavam de temas
específicos.
De 1946 a 1953, o IC editou: pré-história e
proto-história, de Pompeu Sobrinho; história econômica, de Raimundo Girão;
história militar, de Eusébio de Souza; história da literatura, de Dolor
Barreira; história da educação, de Plácido Castelo; e história das secas, de
Joaquim Alves e Pompeu Sobrinho. Após esse esforço inicial, porém, o Plano
interrompeu-se.
A sua retomada, proposta pelo grupo designado pelo
presidente Lúcio Alcântara com essa finalidade (Paulo Elpídio de Menezes Neto,
José Filomeno e Cláudio Ferreira Lima), será nos moldes do vitorioso projeto
editorial da História Geral da Civilização Brasileira – HGCB (1960 a 1984), da
Difusão Europeia do Livro – Difel.
Assim, consistirá em obra de equipe mista, de membros do
IC e pesquisadores da Academia não só no campo historiográfico, mas também no
das ciências próximas à história, sob a coordenação geral de um profundo
conhecedor do assunto.
De igual modo, estruturada em forma de coletânea e
dividida em tomos e volumes, constará de um tomo com um volume sobre a
pré-história cearense e, nele, a introdução geral sobre o Plano; um tomo com um
volume sobre a proto-história cearense; e um tomo, com um ou mais volumes, para
cada período: Ceará colonial, Ceará monárquico e Ceará republicano.
Haverá novo trato dos velhos temas e enfoques inovadores,
como a “história do Ceará fora do Ceará”, a diáspora do cearense que, por força
da seca e de outras mazelas, buscou longes terras para viver e, conforme
Gilberto Freyre, nelas exerceu papel de relevo na formação da unidade nacional
(O Jornal, Rio de Janeiro, 9 set. 1944).
Enfim, registre-se a feliz coincidência de estar em curso
a construção da Plataforma Estratégica de Desenvolvimento de Longo Prazo –
Ceará 2050, pactuação entre governo do Estado, municípios, sociedade civil e
movimentos sociais para planejar e executar, desde já, o Ceará do futuro.
Portanto, é fácil ver quanto poderá ser fecundo o diálogo nos próximos anos
entre o Plano Pompeu Sobrinho e o Ceará 2050 para o desenvolvimento do nosso
Estado.
(*) Economista e membro do Instituto do Ceará:
Histórico, Geográfico e Antropológico.
Fonte: O Povo, de 25/2/2018.
Opinião. p.25.
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