segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018

RECEITAS X DESPESAS

Por Luiz Gonzaga Fonseca Mota (*)
Não necessita conhecer finanças para que se tenha uma noção preliminar de orçamento. Todos fazem, de uma maneira empírica, as estimativas de gastos e arrecadações. Porém, nem sempre os resultados alcançados são satisfatórios, ou seja, surgem desequilíbrios, conforme o caso, nas contas pessoais, das empresas ou do governo. De maneira resumida e simples, o chamado balanço patrimonial, apresenta, de um lado, o Ativo (Disponível, Realizável e Imobilizado) e, de outro, o Passivo (Não Exigível e Exigível). Ademais, os grupos de contas do Ativo e do Passivo são decrescentes, respectivamente, à liquidez e à exigibilidade. Com base neste elementar resumo teórico, pode-se ter uma ideia das contas financeiras. Examinando-se, por exemplo, as contas públicas do Brasil torna-se necessário fazer algumas observações. Para se conseguir um saldo positivo são mencionadas duas alternativas óbvias: aumentar receitas ou reduzir despesas. No atual estágio da economia brasileira, aumentar receitas, mediante elevação de tributos, é de uma incompetência extrema e reduzir despesas sacrificando, mais ainda, a população é algo inconcebível. Existem formas mais rápidas e justas, sem precisar de Emenda Constitucional. Com respeito à arrecadação: priorizar os impostos diretos e não os indiretos, reduzir a corrupção e a sonegação, combater o contrabando, dar ênfase à tributação progressiva e não à regressiva, dentre outras formas. Do lado da despesa: implantar uma gestão eficaz e socialmente correta, eliminar a corrupção, definir prioridades desenvolvimentistas, compatibilizando emprego e renda, etc. É difícil, mas temos que fazer.
(*) Economista. Professor aposentado da UFC. Ex-governador do Ceará.
Fonte: Diário do Nordeste, Ideias. 23/2/2018.

Nenhum comentário:

Postar um comentário