segunda-feira, 2 de julho de 2018

DEMOCRACIA


Por Luiz Gonzaga Fonseca Mota (*)
A democracia baseia-se em um sistema de instituições construídas na expectativa de garantir a representatividade e legalidade das decisões políticas. Infelizmente, constatamos que este equilíbrio institucional tem sido seriamente desvirtuado. Um olhar acurado sobre o relacionamento dos poderes constituídos (Executivo, Judiciário e Legislativo) torna este desequilíbrio de fácil constatação e a confirmação de que as instituições democráticas não estão cumprindo o seu papel de canalizar as demandas da cidadania. Por outro lado, a coerência programática e de ideias, abrangendo indicadores políticos, administrativos, econômicos e sociais, nos leva ao caminho da justiça e da liberdade. A atividade estatal deve buscar o bem comum e não a vantagem de alguns que estão temporariamente no governo. O objetivo da política, todos sabemos, é a conquista, a expansão e a preservação dos espaços de poder. O embate e os jogos dos contrários constituem a essência dos sistemas democráticos, respeitando-se os princípios éticos e morais, bem como evitando-se emboscadas e conluios. É claro que as situações política e socioeconômica, notadamente nos países emergentes, incluindo-se o Brasil, ainda é muito grave, porém a desejada independência dos poderes constituídos, a liberdade de imprensa, a consciência dos direitos e obrigações das pessoas, são pontos básicos para a consolidação da democracia e, em consequência, a certeza de uma melhor qualidade de vida. Não podemos olvidar, no entanto, que a mais frágil democracia é preferível a qualquer ditadura dentro da perspectiva de liberdade e justiça, como também de uma visão estratégica.
(*) Economista. Professor aposentado da UFC. Ex-governador do Ceará.
Fonte: Diário do Nordeste, Ideias. 22/6/2018.

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