segunda-feira, 19 de novembro de 2018

BRASIL: REFLEXÕES


Por Luiz Gonzaga Fonseca Mota (*)
Segundo Amartya Sen, Prêmio Nobel de Economia de 1998, “A privação de liberdade econômica pode gerar a privação de liberdade social, assim como a privação de liberdade social ou política pode, da mesma forma, gerar a privação de liberdade econômica”. Dentro desta linha de raciocínio, seria fundamental alcançar a cooperação entre governo, sociedade civil e setores empresariais e trabalhistas. O desenvolvimento integrado e sustentável somente ocorrerá na medida em que haja uma participação responsável dos diversos segmentos da sociedade. Questões tão complexas exigem, igualmente, tratamento complexo. No caso brasileiro, é urgente a necessidade de programas e ações estruturantes que, voltados para a área sócio- econômica, promovam e consolidem os direitos fundamentais. Sem crescimento econômico, não há de que se falar em geração de renda ou de empregos, e nem de melhorias que repercutam significativamente na vida do cidadão, seja quanto à segurança, à educação, à saúde ou a quaisquer outros temas que o afetam diretamente. Em termos de globalização econômica, com seus efeitos positivos e negativos, a busca da estabilidade macroeconômica é vital para que a retomada do desenvolvimento seja eficaz. Ao Brasil será impossível destacar-se em meio às economias avançadas, se mantidas a miséria e a exclusão social de que somos testemunhas. O desenvolvimento precisa ser integral, abrangendo todas as áreas, ou seja, visando o bem-estar da coletividade e o equilíbrio ambiental. Desejamos que o engajamento da sociedade se dê de forma crítica e atuante, garantindo a transformação de nossa realidade. Assim, estaremos participando de transformações esperadas, respeitando o regime democrático e a liberdade. O Papa Paulo VI disse: “O desenvolvimento é o novo nome da paz”. Com amor e sem ódio esperamos melhores dias.
(*) Economista. Professor aposentado da UFC. Ex-governador do Ceará.
Fonte: Diário do Nordeste, Ideias. 9/11/2018.

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