Por Luiz Gonzaga Fonseca Mota (*)
Segundo Amartya Sen, Prêmio
Nobel de Economia de 1998, “A privação de
liberdade econômica pode gerar a privação de liberdade social, assim como a
privação de liberdade social ou política pode, da mesma forma, gerar a privação
de liberdade econômica”. Dentro desta linha de raciocínio, seria fundamental
alcançar a cooperação entre governo, sociedade civil e setores empresariais e
trabalhistas. O desenvolvimento integrado e sustentável somente ocorrerá na
medida em que haja uma participação responsável dos diversos segmentos da
sociedade. Questões tão complexas exigem, igualmente, tratamento complexo. No
caso brasileiro, é urgente a necessidade de programas e ações estruturantes
que, voltados para a área sócio- econômica, promovam e consolidem os direitos
fundamentais. Sem crescimento econômico, não há de que se falar em geração de
renda ou de empregos, e nem de melhorias que repercutam significativamente na
vida do cidadão, seja quanto à segurança, à educação, à saúde ou a quaisquer
outros temas que o afetam diretamente. Em termos de globalização econômica, com
seus efeitos positivos e negativos, a busca da estabilidade macroeconômica é
vital para que a retomada do desenvolvimento seja eficaz. Ao Brasil será
impossível destacar-se em meio às economias avançadas, se mantidas a miséria e
a exclusão social de que somos testemunhas. O desenvolvimento precisa ser
integral, abrangendo todas as áreas, ou seja, visando o bem-estar da
coletividade e o equilíbrio ambiental. Desejamos que o engajamento da sociedade
se dê de forma crítica e atuante, garantindo a transformação de nossa
realidade. Assim, estaremos participando de transformações esperadas,
respeitando o regime democrático e a liberdade. O Papa Paulo VI disse: “O desenvolvimento é o novo nome da paz”. Com amor e sem
ódio esperamos melhores dias.
(*) Economista. Professor aposentado da UFC. Ex-governador do
Ceará.
Fonte: Diário
do Nordeste, Ideias. 9/11/2018.
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