terça-feira, 8 de janeiro de 2019

55 ANOS DE FORMATURA E AMIZADE


Por Oswaldo Gutiérrez (*)
Parece que foi há pouco tempo, transporto-me a 1958, quando cheguei em Fortaleza para cursar a Faculdade de Medicina da UFC. Qualquer apreensão com o futuro vai desaparecendo pela recepção carinhosa da turma com a qual permaneço unido até hoje. Em nossos encontros comemorativos, relembramos com saudade, os momentos alegres e também os difíceis dos seis anos de vida acadêmica. Quem não se lembra, nas disciplinas básicas, do assombro de nossos olhos ao primeiro contato com o corpo humano, no anfiteatro de Anatomia? Das angústias com as provas de Fisiologia que ocorriam a intervalos semanais? E dos temidos exames finais de Bioquímica? Hoje, lembramos de tudo isso com emoção aliviada.
No terceiro ano do curso, passamos a frequentar enfermarias, ambulatórios, emergências e laboratórios do Hospital Universitário. Três anos depois, chegamos ao internato, período em que sedimentamos os conhecimentos adquiridos no currículo médico. No contato direto com o paciente, vivemos o entusiasmo em aprender a arte do fazer médico. Nesse momento, alguns dentre nós já começaram a pensar que área médica escolheriam em sua vida profissional.
Ao final do internato, concluído o curso, veio a grande emoção coletiva da esperada formatura, em que recebemos o Diploma Médico na Concha Acústica da UFC. Terminado o ano de 1963, a maioria dos colegas parte em busca de hospitais de prestígio com a finalidade de realizar residência médica, tão necessária à consolidação do que aprendemos ao longo do curso e, claro, importantíssima para o exercício de nossa profissão.
Há, então, uma ruptura do nosso dia a dia, mas o tempo de convivência deixara sentimentos de amizade duradoura, que celebramos com alegria e rememorações. Hoje, comemoramos 55 anos de formatura, mais de meio século de cumprimento de nossa missão na sociedade como médicos.
A saudade de nossos colegas que já se encantaram é infinita como infinito o tempo que eles hoje vivem. Que a turma de 1963 possa continuar sempre unida, relembrando o passado de aprendizagem e vivendo o presente de consolidação de nossos valores, como a amizade que nos une e a ética que respeitamos durante o exercício da nossa profissão.
 (*) Médico, professor da Faculdade de Medicina da UFC e membro da Academia Cearense de Medicina.
Fonte: Publicado In: O Povo, de 15/12/2018. Opinião. p.20.

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