Por Mayra Pinheiro (*)
O governo brasileiro tem adotado
diversas medidas para a contenção da infecção humana causada pelo novo
coronavírus e, também, da crise econômica decorrente da doença e suas medidas
restritivas.
Sem dúvida alguma, o maior prejuízo é a
perda das vidas e o adoecimento físico e emocional. Além destes, já convivemos
com a recessão decorrente da parada de produção e da necessidade de
investimentos vultosos em ações emergenciais, como a abertura de novos leitos
hospitalares, a construção de hospitais provisórios e a produção de todos os
equipamentos de proteção individual.
Mais que de apresentações de
estatísticas e curvas pouco inteligíveis para o cidadão comum, a sociedade
espera um plano que inclua uma solução para a doença e para a economia.
Uma resposta para doença inclui a
utilização da hidoxicloroquina, que esta semana ganhou novo impulso com a
aprovação do seu uso pelo Conselho Federal de Medicina e com o estudo elaborado
pela operadora de saúde Prevent Senior e enviado à revista PLOS Medicine, que
avaliou o uso precoce da medicação em 636 pacientes com idade média de 62,5
anos com suspeita de terem contraído o novo coronavírus.
Do total da amostra, 412 pacientes
tomaram a hidroxicloroquina associada à azitromicina logo nos primeiros dias de
sintomas. Os outros 224 não usaram a medicação e funcionaram como grupo
controle.
De acordo com a pesquisa, o uso da
medicação no estágio inicial da doença - associado ao isolamento social dos
pacientes -, levou à redução de 80% na procura de unidades de
pronto-atendimento e de 60% no número de mortes. A conclusão do estudo revela
que foi evitada uma internação para cada 28 pacientes que iniciaram o
tratamento precoce com a hidroxicloroquina.
Temos sim uma opção para a doença.
Falta-nos a decisão para usá-la, aliada a outro remédio: a reabertura da
economia com um plano regional responsável.
(*) Médica neonatologista. Secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na
Saúde do Ministério da Saúde.
Fonte: Publicado In: O Povo, de 18/4/2020. Opinião.
p.14.
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