quinta-feira, 21 de maio de 2020

REMÉDIO PARA A DOENÇA E PARA A ECONOMIA


Por Mayra Pinheiro (*)
O governo brasileiro tem adotado diversas medidas para a contenção da infecção humana causada pelo novo coronavírus e, também, da crise econômica decorrente da doença e suas medidas restritivas.
Sem dúvida alguma, o maior prejuízo é a perda das vidas e o adoecimento físico e emocional. Além destes, já convivemos com a recessão decorrente da parada de produção e da necessidade de investimentos vultosos em ações emergenciais, como a abertura de novos leitos hospitalares, a construção de hospitais provisórios e a produção de todos os equipamentos de proteção individual.
Mais que de apresentações de estatísticas e curvas pouco inteligíveis para o cidadão comum, a sociedade espera um plano que inclua uma solução para a doença e para a economia.
Uma resposta para doença inclui a utilização da hidoxicloroquina, que esta semana ganhou novo impulso com a aprovação do seu uso pelo Conselho Federal de Medicina e com o estudo elaborado pela operadora de saúde Prevent Senior e enviado à revista PLOS Medicine, que avaliou o uso precoce da medicação em 636 pacientes com idade média de 62,5 anos com suspeita de terem contraído o novo coronavírus.
Do total da amostra, 412 pacientes tomaram a hidroxicloroquina associada à azitromicina logo nos primeiros dias de sintomas. Os outros 224 não usaram a medicação e funcionaram como grupo controle.
De acordo com a pesquisa, o uso da medicação no estágio inicial da doença - associado ao isolamento social dos pacientes -, levou à redução de 80% na procura de unidades de pronto-atendimento e de 60% no número de mortes. A conclusão do estudo revela que foi evitada uma internação para cada 28 pacientes que iniciaram o tratamento precoce com a hidroxicloroquina.
Temos sim uma opção para a doença. Falta-nos a decisão para usá-la, aliada a outro remédio: a reabertura da economia com um plano regional responsável. 
(*) Médica neonatologista. Secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde do Ministério da Saúde.
Fonte: Publicado In: O Povo, de 18/4/2020. Opinião. p.14.

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