sábado, 31 de outubro de 2020

O PRIMEIRO INTERCURSO


A história do seu primeiro contato íntimo com o sexo oposto foi descrita por Eilson Goes de Oliveira em um dos seus livros de memórias.
Revelou ele suas fantasias amorosas, desde a primeira lancetada do instinto juvenil, quando, solidário, socorreu um colega de turma, às vésperas de uma prova, tirando dúvidas com aula de Física, que o fez entender bem.
Recebeu do seu aprendiz, como paga dos honorários, a sua primeira aula de anatomia humana, pelo método Braille, numa fêmea do cabaré “Tabariz”, homônimo da velha boate parisiense, no entorno da Secretaria da Fazenda.
Eilson ainda não sabia distinguir a missão dos mamilos pontiagudos e eriçados: se tinham papel lúdico e se destinavam a bolinar, malinar, buzinar, beliscar, se eram cones eróticos para acariciar, afagar e beijar, ou se apenas tinham a função de sobrevivência nutricional de dar de mamar.
Eis que a experiente professora de aula prática lhe ensina, sobre os seios fartos:
– Ei, lourinho, isto aí é pra chupar, não é pra morder, não!
Marcelo Gurgel Carlos da Silva
Presidente da Sobrames - Ceará
* Publicado, originalmente, In: SILVA, M.G.C. da. Contando Causos: de médicos e de mestres. Fortaleza: Expressão, 2011.112p. p. 15-6.
Fonte: SILVA, M.G.C. da. O primeiro intercurso. In: SOBRAMES – CEARÁ. Pontos de vista. Fortaleza: Sobrames-CE/Expressão, 2019. 352p. p.230.

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