Essa
história foi inclusa por Eilson Goes em seu discurso, na passagem celebrativa
dos 35 anos de magistério superior.
Mr.
V..., da Universidade de Tulane, embora uma boa figura humana, era um
epidemiologista apagado, além de professor medíocre, para ser mais explícito.
No auge da ditadura militar, 1970, Eilson quis, ao seu modo, vingar-se dos
americanos, usando uma ironia que lhe era bem peculiar. Primeiro, explicou aos
alunos de um curso patrocinado pela OPAS, o que, no Ceará, significava a
palavra “BAITOLA” (homossexual); depois, dirigiu-se ao norte-americano:
– “Mr. V…, you are a great BAITOLA, a good
man”.
– “O-bri-ga-do, Eilson, thank you very much”.
Todos
riram muito e o “yankee” ficou com cara de tacho. Acabou desconfiando de que
algo de estranho tinha acontecido, mas ficou calado, com um sorriso amarelo na
boca. Mais tarde, quando se preparava para regressar aos Estados Unidos, já
dizia:
– “Você me
gozando, hein, Eilson! Baitola é a mãe”.
Marcelo Gurgel
Carlos da Silva
Presidente da Sobrames - Ceará
*
Publicado, originalmente, In: SILVA, M.G.C. da. Contando Causos: de médicos e
de mestres. Fortaleza: Expressão, 2011.112p. p.20-1.
Fonte:
SILVA, M.G.C. da. Um gringo baitola. In: SOBRAMES –
CEARÁ. Pontos de vista. Fortaleza: Sobrames-CE/Expressão, 2019. 352p.
p.235.
Nenhum comentário:
Postar um comentário