sábado, 7 de novembro de 2020

UM GRINGO BAITOLA


Essa história foi inclusa por Eilson Goes em seu discurso, na passagem celebrativa dos 35 anos de magistério superior.
Mr. V..., da Universidade de Tulane, embora uma boa figura humana, era um epidemiologista apagado, além de professor medíocre, para ser mais explícito. No auge da ditadura militar, 1970, Eilson quis, ao seu modo, vingar-se dos americanos, usando uma ironia que lhe era bem peculiar. Primeiro, explicou aos alunos de um curso patrocinado pela OPAS, o que, no Ceará, significava a palavra “BAITOLA” (homossexual); depois, dirigiu-se ao norte-americano:
“Mr. V…, you are a great BAITOLA, a good man”.
“O-bri-ga-do, Eilson, thank you very much”.
Todos riram muito e o “yankee” ficou com cara de tacho. Acabou desconfiando de que algo de estranho tinha acontecido, mas ficou calado, com um sorriso amarelo na boca. Mais tarde, quando se preparava para regressar aos Estados Unidos, já dizia:
“Você me gozando, hein, Eilson! Baitola é a mãe”.
Marcelo Gurgel Carlos da Silva
Presidente da Sobrames - Ceará
* Publicado, originalmente, In: SILVA, M.G.C. da. Contando Causos: de médicos e de mestres. Fortaleza: Expressão, 2011.112p. p.20-1.
Fonte: SILVA, M.G.C. da. Um gringo baitola. In: SOBRAMES – CEARÁ. Pontos de vista. Fortaleza: Sobrames-CE/Expressão, 2019. 352p. p.235.

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