Por Luiz Gonzaga Fonseca Mota (*)
Os economistas quando se referem ao capital social ressaltam o volume
de investimentos ou gastos nas áreas de educação, saúde e apoio às comunidades
carentes, etc. São dispêndios importantes que, em última análise, têm por
objetivo contribuir para a melhoria da qualidade de vida das pessoas, bem como
para a redução do número de excluídos numa região. O conceito de capital social
poderia ser examinado sob dois aspectos complementares e não dicotômicos:
capital social tradicional e capital social comportamental. O primeiro,
representado pelas ações mencionadas, teoricamente apoia-se na política. Já o
segundo abrange conceitos mais amplos, envolvendo fundamentos filosóficos,
religiosos, morais, éticos, dentre outros, além da política. O tradicional
dificilmente se consolida sem alterações substanciais no comportamento das
pessoas. Não adianta a adoção de teses liberais, socialistas e clássicas, os
exemplos de “apartheid” social existiram e continuarão, caso não surjam
modificações no pensamento da humanidade relacionadas, do ponto de vista
coletivo, com a paz, a justiça e a liberdade como também, do individual, com o
amor, a solidariedade e a humildade. Eis as atitudes integrantes do verdadeiro
capital social. É difícil compreender as propostas de filósofos e teólogos,
como também os pensamentos de ateus e agnósticos. Vale salientar nossa
admiração às ideias e sentimentos de Santo Agostinho, na Escola Patrística, e
de São Tomás de Aquino, na Escola Escolástica, em busca da conciliação da fé e
da razão, ambos inspirados nas mensagens de Cristo e de São Paulo e nas
filosofias de Platão (Santo Agostinho) e de Aristóteles (São Tomás de Aquino),
mostrando a importância do Cristianismo em proporcionar uma resposta integral.
Deus é a própria verdade. Conforme o Evangelho de São João (14.6): “Eu sou o caminho, a verdade e a vida”.
(*) Economista. Professor aposentado da UFC. Ex-governador do
Ceará.
Fonte: Diário
do Nordeste, Ideias. 20/11/2020.
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