segunda-feira, 18 de janeiro de 2021

ACADEMIA CEARENSE DE MEDICINA II

Pedro Henrique Saraiva Leão (*)

Em 14/05/2019, com artigo homônimo encerrara aqui minha jornada de relator mensal em medicina, literatura, e outro temas de interesse geral. Fi-lo desde 1991 (29 anos) e parece que fui bafejado pelo apreço dos leitores. Esses artigos, coletados, virão a lume brevemente em livro (Sob os Plátanos de Cós). Ocorreu-me agora reincidir, como presidente daquela entidade, há pouco eleito virtualmente (08/07). Para reger tal quarentona instituição (12/05/1978) elegi, como meta primordial, uma aproximação efetiva com os cuidadores oficiais da nossa saúde, notadamente suas secretarias, estadual e municipal de Saúde, a Fiocruz, e a Escola de Saúde Pública.

Tendo nosso longo aprendizado profissional sido custeado pelo Governo, acredito corre-nos a obrigação de retribui-lo por tamanho investimento. Primando esta academia por escolher os melhores médicos do Ceará, compraz-se a partilhar sua "expertise" na abordagem da nossa higidez (saúde). Tal seria uma contrapartida, ou "rondonização"!

Releve-se ser projetada aliança estribada na ciência, e na ética, assim eximindo-nos de quaisquer vírus político-partidário. As conferências habituais pela Comissão Científica (acadêmicos Iran Rabelo, Oswaldo Gutierrez, Roberto Misici, Eduilton Girão) serão eventualmente proferidas online, consoante ditames deste bravo mundo novo. Contudo sem descurar dos fraternais encontros de corpo presente, pois para tanto Deus nos criou. "Não nos dispersemos!". Para cúmplice salutar neste cometimento convocamos nossa siamesa irmã, a literatura. Aludida geminação recorda os feitos médicos narrados por Homero na Ilíada, e na Odisseia. Já temos encontros marcados na Academia Cearense de Letras. Materializando admiração aos nossos maiores, faremos cunhar medalhas em seu louvor, sendo a primeira delas a ser outorgada ao fundador dr. Antônio Justa. Médicos, estaremos no gerúndio, pesquisando, preparando-nos para porvindouras façanhas e falácias do nosso magno ofício.

Continuando a rememorar nossos perecidos, fiéis faróis a nos conduzir. Destarte, cientes do passado, atentes ao presente, aguardamos confiantes o futuro.

(*) Professor Emérito da UFC. Titular das Academias Cearense de Letras, de Medicina e de Médicos Escritores.

Fonte: O Povo, 6/08/2020. Opinião, p.16.

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