Por Pe. Eugênio Pacelli SJ (*)
O fantasma do coronavírus ainda ronda entre nós. O pior de toda esta
crise é não saber até onde vai. Diante de tal indefinição, ficamos refém do
medo e de imaginações negativas.
A falta de "esperança e confiança" constituem o mal
"obscuro" dos tempos atuais. Encontramos opiniões de pessoas que se
dividem no que se refere à esperança. Muitos, céticos quanto a tudo e a todos,
outros que dão crédito e agarram-se com toda força aos conhecidos aforismas:
'Enquanto há vida, há esperança".
Precisamos de esperança para nos manter em caminho. O papa Francisco tem
insistido, diante de um mundo "oprimido pela pandemia", o contágio da
esperança.
Em toda mensagem cristã se respira uma atmosfera de esperança. Nos livros
sagrados a esperança se caracteriza em esperar, perseverar e confiar. Assim, o
cristianismo é muito mais religião de futuro do que de passado, onde sempre viu
a fé e a esperança como elementos fundamentais para ler os sinais dos tempos.
Forças positivas que nos fazem caminhar rumo a um horizonte, no qual, apenas a
alegria de estar caminhando já é, de certa forma, transformadora da realidade.
Não há, portanto, verdadeira percepção da mensagem cristã sem a esperança: ela
como que se identifica com a pessoa caminhante. Porque sem ela não se chega ao
amor ou ao bem.
Portanto, se somos pessoas de fé e amor, não podemos ser menos de esperança.
Sem ela, ficaríamos imóveis, colados ao chão, inativos. A esperança é
caminhada, mesmo quando as forças parecem faltar, são asas nos pés para atingir
o bem possível, é canto que supera os soluços e as dores.
Neste tempo de Advento, é preciso acreditar e cantar a esperança do novo
que há de vir, a chegada do Menino Jesus nos dará ânimo para recomeçar bem a
jornada que virá.
Nesta hora difícil, com a mão na âncora da esperança, repitamos as
palavras de Jesus: "Não tenhais medo!". O bem vai chegar! Ânimo! Faz
noite, mas o coração cheio de esperança, canta!
(*) Sacerdote jesuíta e mestre em
Teologia. Diretor pastoral do Colégio Sto. Inácio.
Fonte: O Povo, de 5/12/2020.
Opinião. p.20.
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