Por Hildebrando dos Santos Soares (*)
A
pandemia da Covid-19 mostrou necessidade de repensarmos a saúde pública no
Ceará e no Brasil. Há mais de um ano, acompanhamos a disseminação do novo
coronavírus pelo nosso território, inclusive das novas variantes, e adotamos
novas atitudes cotidianas.
Nesse
contexto tão adverso, sobressaíram-se as instituições públicas produtoras
de conhecimento científico.
Na
mesma semana em que vimos a falta de oxigênio medicinal
asfixiar várias pessoas no Amazonas, coube a instituições públicas, o
Instituto Butantan e a Fiocruz, participarem de um
momento ímpar para o Brasil: a aprovação, pela Anvisa, das vacinas CoronaVac e
Oxford/AstraZeneca, que foram enviadas para todos os estados brasileiros, em um
esforço para cumprir a meta de vacinação dos grupos prioritários.
São
grandes conquistas realizadas por instituições produtoras de ciência,
radicadas, principalmente, nas universidades públicas.
A
Universidade Estadual do Ceará (Uece) fortaleceu, nos últimos anos, sua
reconhecida capacidade de formação de profissionais e de
produção de conhecimento científico e tecnológico.
Hoje,
configura-se como uma das principais IES do Norte-Nordeste e Centro-Oeste em
ensino, pesquisa, extensão e inovação, o que nos entrega uma grande
responsabilidade de cuidado para com o povo do nosso estado.
Cientes
de nosso papel, temos forte compromisso em contribuir no combate à pandemia da
Covid-19.
Dentre
as ações já realizadas e em andamento, destacam-se a participação no Comitê
Estadual de Enfrentamento à Pandemia do Coronavírus no Ceará, a criação do
Grupo de Trabalho (GT) para enfrentamento à pandemia do coronavírus no âmbito
da Funece, a criação do GT Acadêmico para discutir políticas e ações no âmbito
universitário, o estabelecimento de parcerias para impressão
de EPI em 3D destinados aos profissionais da saúde e a elaboração do projeto de
criação do Centro de Resiliência Comunitária à Saúde (Living Lab) nas áreas de
maior vulnerabilidade social da capital cearense, com ações de educação
continuada, de proteção aos mais vulneráveis, de compensação de trabalho e
renda e de assistência psicossocial.
Temos,
ainda, clareza do importante papel da Universidade na elaboração de políticas
de educação para a saúde e para o autocuidado e no combate às fake news.
Por isso, também atuamos fortemente na divulgação de ações que operamos para
dentro e para fora da Uece.
Ainda
assim, temos muito a realizar. Em um esforço coletivo com as demais IES
estaduais, por meio do Conselho de Reitores das Universidades Cearenses (CRUC),
disponibilizamo-nos a participar do Plano Estadual de Vacinação da Covid-19 e a
viabilizar todas as ações possíveis.
Temos
freezers de alta potência para armazenar vacinas, contamos com
profissionais de saúde altamente qualificados que atuarão nas ações de
imunização e de educação para a saúde e abrimos todos os nossos campi
na capital e no interior para atingir a meta de imunização no Ceará,
discutindo, inclusive, a implantação de um ponto de vacinação drive-thru no
campus Itaperi.
A
Uece é patrimônio de todos os cearenses, e a luta contra o
coronavírus também é nossa.
(*) Reitor da Uece.
Fonte: Publicado In: O Povo, de 17/2/21. Opinião, p.21.
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