Por Luiz Gonzaga Fonseca Mota (*)
A história mais recente do Brasil mostra dois homens que merecem o
respeito e a admiração dos brasileiros. Refiro-me ao ex-presidente Castelo
Branco e ao nobre deputado Ulisses Guimarães. Acredito, que neste resumido
texto, não agradarei à esquerda radical, como também à direita radical, todavia
tenho a certeza que os autênticos democratas, diante das razões ressaltadas,
ficarão contentes. Como fazem falta figuras públicas do porte dos dois
políticos mencionados! Conheci um pouco da vida de Castelo, em conversas com a
grande Rachel de Queiroz, na época em que governava o Estado do Ceará. Mantive
alguns encontros culturais e políticos com a maior escritora cearense em todos
os tempos. Mulher digna, competente e honesta, admirada no Brasil e no
exterior. Castelo era muito amigo de Rachel e faleceu em 1967, em trágico
desastre aéreo, vindo para Fortaleza após almoçar com a famosa escritora em
Quixadá, na fazenda “Não me Deixes”. Pois bem, certo dia de 1985, perguntei à Rachel o
seguinte: - O Castelo Branco era ditador? Ela me respondeu com firmeza e mostrando sinceridade: -
“Não, Gonzaga. Castelo era um democrata
autêntico e não suportava a corrupção. Praticamente, foi deposto”. Por outro lado, no ano de 1992, eu conversava bastante
com o meu eminente colega deputado Ulisses Guimarães. Quanta honra! Morávamos
no mesmo Bloco de apartamentos em Brasília e fomos parceiros no processo de
redemocratização do Brasil, ao lado de Tancredo Neves, Aureliano Chaves, Franco
Montoro, Marco Maciel, dentre outros. Nossas conversas eram sobre política.
Certa vez, fixou os olhos em mim e disse o seguinte: - “Gonzaga, nunca esqueça dos princípios democráticos e de
que a corrupção é o cupim da república.” O
que a Rachel me disse de Castelo foi semelhante ao que me foi dito por Ulisses.
P.S.:
Doutor Ulisses faleceu em 1992, também em desastre aéreo.
(*) Economista. Professor aposentado da UFC. Ex-governador do
Ceará.
Fonte: Diário
do Nordeste, Ideias. 22/1/2021.
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