Cearense é viquingue... Dadonde? Até parece!
O
estimado Totonho Laprovitera escreveu artigo há pouco falando dos “viquingues”
e “galalau”, a mim dedicando a escrita bem-humorada e inteligente, mister dele
para além da prancheta arquitetônica de altíssima catilogência. Só pra
discatitar, devolver-lhe-ei a gentileza com o presente bodejado digitativo.
Começo por dizer que não sei onde esse povo tava com o juízo quando fez a
arrumação pesquisativo-comparativa, mas, se Totonho diz que tem a ver, nele eu
me fio.
Uns
cururuzão!
Abordemos,
pois, as características externas e o psiquismo desse povo agalegado, de quem,
sabiamente descrito por Totonho, herdamos a peruca de touro. Detalhe, conforme
Jair Morais: “A cagada dum home daquele enche
a fossa dum pobre em dois tempos”. Mas, pretensão: o viquingue é feio
bichão medonho, à moda umas "vela branca" em busca lá de riba. Cururu
teitêi fora d'água. Lapa de hômi que é um setenta (varapau), sobrancelha de
caboré, taba do queixo do tamanho duma tampa de rural. É couro no papo que dá
pra cobrir uma casa.
A fala
imbuluada
Em
cearensês castiço, um “mangolzão” com mais de milisseiscentos diabos. Cabelo
véi ensebado, um disputismo de dente branco, à moda capucho de algodão; a
“crôa” da cabeça, fina que nem assobí de soim. Os pés? Que nem balsa. Os
“brancão” têm um engrolado na língua que cristão nenhum entende – fala toda
“imbuluada”. Só quere ser as prega! Quando dizem “num sei que, num sei que, num
sei que mais lá”, pensam que tão enganando nós! Te conheço, Ceará!
E a goipada
deles?
Dizem
(dizem!) que são ajumentados, oitavados – acavalados (pé de mesa). Percebi pelo
andar, é bem dizer esses meninos criados sem cueca. Aloprados no dicumê (comem
a rôdo, eu reparei), uma goipada deles “inhenche” uma bacia de barbeiro. Dou
por vista quando dá na fraqueza, um elemento desses. Vi uma numerosidade deles
no aeroporto, cada qual com uma maçaroca de papel no sovaco, pareciam uns dotô.
E os ói abutecado dos caba véi? As pastas, “imprial” surrão moderno; não
largavam de beber água em cuia invocada...
Pense num
inlinhado!
Na
Praia do Futuro, meses atrás, fiquei cubando a movimentação de um deles, bem
gordão (“ah, barriga boa duma facada!!!”). Tinha os ói de bila e o fucim que
era um erado – um horror de grande. Pelo que entendi da bichinha gasguita que
tava com ele (Jarina Gorila, lá do Alvorada), o réla que ela dava no garçom era
assim: “Ô, boca da mãe da lua, ande cá
com a conta que o cidadão aqui quer pagar! Ligeiro! E largue de perobagem!” Sem ver de que,
começou um labacé. Melaram o estrangeiro.
Cacete pra
mais de metro!
Pra
ver como são as coisas: quando acabar, o europeuzão se enfezou com o rapaz do
estacionamento e deu uma chapuletada no para-brisa do buggy. Arrotando
peidança, pegou a carteira, chabobêuzona cheia de dinheiro, e pagou dois
contos. A polícia chegou e o inlinhado foi do tamanho dum bonde. Prende num
prende, quem tava errado, quem tava certo... Vi a hora correr mão de tabefe. Ia
ser distrôço grande, dismantêlo pesado. Mas...
Psiquismo dos
viquingues
Sei
nem que diabé dez. Só sei que aqui o caba mental do juízo é, perimetral,
afetado, doido do caneco rodar...
Fonte: O POVO, de 6/08/2020.
Coluna “Crônicas”, de Tarcísio Matos.
p.2.
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